Interdições de postos de combustível sobem 25% em 2017
Quase metade dos estabelecimentos lacrados ao longo do ano passado possuíam bandeiras tradicionais
Economia|Alexandre Garcia, do R7
O número de postos lacrados pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) cresceu 24,5% em 2017.
Segundo informações obtidas com exclusividade pelo R7 com base na Lei de Acesso à Informação, o órgão do governo interditou 401 postos no ano passado, contra 322 de 2016.
Os dados mostram ainda que foram desinterditados 289 estabelecimentos e reinterditados outros 10 no período.
O presidente da Fecombustíveis (Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes), Paulo Miranda Soares, avalia que o aumento do número de interdições realizadas no ano passado é reflexo da “crise prolongada” e do grande número de roubo de cargas.
— Os caras compram postos de gasolina justamente para receptar carga roubada não têm nenhum cuidado com a qualidade [dos combustíveis]. Estes postos estão nas mãos de operadores do crime organizado e, como não existe meio bandido, quem rouba um caminhão tanque está disposto a fazer tudo. Fraudam na bomba, na quantidade e na qualidade.
Assim como em 2016, quase metade (46,6%) dos postos interditados ao longo do ano passado possuíam bandeiras tradicionais. De acordo com Soares, o fato do posto ser ou não bandeirado "não altera nada".
— [Cometer fraudes] vai da índole do empresário que está administrando o negócio. Nós temos bandidos operando em postos de bandeira branca e temos também bandidos operando em postos com bandeira.
Soares avalia ainda que o salto no número de interdições poderia ser ainda maior caso as ações de fiscalização fossem mais recorrentes no País.
— Os Estados estão falidos e, consequentemente, houve um corte de verba muito grande da agência reguladora. Então, a quantidade de amostras que era analisada caiu um terço por falta de verba.