Legumes, leite, tarifa de metrô e etanol puxam ranking dos vilões da inflação em 2024
Apesar de perder ritmo, índice de preços acumulado em um ano se aproxima do teto da meta estabelecida pelo governo, que é de 4,5%
Economia|Clarissa Lemgruber, do R7, em Brasília
A inflação oficial do país desacelerou, após dois meses consecutivo de alta, mas não deu alívio ao bolso dos consumidores. O índice variou 0,21% em junho, com alta de 4,23% nos últimos 12 meses, encostando no teto da meta estabelecida pelo governo — 4,5%. Entre os maiores responsáveis pelo aumento dos preços nos seis primeiros meses do ano, estão itens como o café, leite, legumes, etanol e tarifa de metrô.
Leia mais
A manga, a batata inglesa e a cenoura lideraram o ranking, com altas de 69,05%, 55,79% e 48,92%, respectivamente.
Os grupos frutas e tubérculos, raízes e legumes, dos quais os itens fazem parte, registraram um aumento de 8,34% e 36,5%, respectivamente.
Outros responsáveis pela aceleração da inflação nestas duas categorias foram a cebola (33,86%), o melão (26,66%), o morango (21,8%) e a abobrinha (20,03%).
No ano, o IPCA acumula alta de 2,48%. Já no acumulado dos últimos 12 meses, a taxa é de 4,23%, acima dos 3,93% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.
O teto da meta estabelecida pelo governo é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Café e leite mais caros
O grupo leites e derivados teve alta de 9,57% no acumulado do primeiro semestre de 2024, com destaque para o aumento do leite longa vida (22,84%), do leite condensado (7,68%) e leite em pó (3,74%).
O cafezinho, outro item presente no dia a dia dos brasileiros, também ficou mais caro. O café moído teve alta de 12,15%, enquanto o café solúvel variou 8,16%.
O grupo bebidas e infusões, do qual eles fazem parte, cresceu 6,09% no período.
Tarifa de metrô
Apesar de o grupo transporte público ter registrado queda de 10,95% no acumulado dos seis primeiros meses do ano, a tarifa de metrô pesou no bolso dos brasileiros, com alta de 10,76%.
Outros itens do segmento que também encareceram foram transporte escolar (6,93%), ônibus intermunicipal (6,17%), tarifa de trem (4,95%) e táxi (2,9%).
Preço dos combustíveis
O preço dos combustíveis para veículos também ficou mais caro em 2024. O grupo teve aumento de 5,55% no primeiro semestre, com destaque para as altas do etanol (9,13%), gasolina (5,51%) e gás veicular (2,5%).
O único item que apresentou retração no período foi o óleo diesel (-1,4%).
Veja abaixo a lista dos 20 itens que mais encareceram no primeiro semestre deste ano:
- Manga: 69,05%
- Batata inglesa: 55,79%
- Cenoura: 48,92%
- Cebola: 33,86%
- Tomate: 28,6%
- Açúcar demerara: 27,98%
- Alho: 27,83%
- Melão: 26,66%
- Leite longa vida: 22,84%
- Morango: 21,8%
- Abobrinha: 20,03%
- Açaí (emulsão): 19,7%
- Azeite de oliva: 17,07%
- Laranja-pera: 14,14%
- Tangerina: 13,92%
- Feijão mulatinho: 13,77%
- Repolho: 13,58%
- Abacaxi: 13,46%
- Feijão maçácar (fradinho): 13,09%
- Batata doce: 12,86%
Inflação por região
Quanto aos índices regionais, quase todas as capitais, com exceção de Salvador (-0,04%), Recife (-0,09%) e Porto Alegre (-0,14%), tiveram alta em junho.
A maior variação foi registrada em Goiânia (0,50%), influenciada pelas altas do etanol (5,19%) e da gasolina (2,86%).
Moradores de Belo Horizonte, Rio Branco, Brasília, São Paulo, Fortaleza e Curitiba também sentiram impacto mais forte dos preços em junho, já que tiveram reajustes acima da média brasileira.
Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados entre 30 de maio e 28 de junho de 2024 (referência) com os preços vigentes no período de 1º de maio a 29 de maio de 2024.