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Mais da metade dos brasileiros têm dificuldade para se alimentar

Parcela da população que enfrenta insegurança alimentar grave e passa fome cresceu e chega a 33,1 milhões, mostra estudo

Economia|Do R7

Incerteza sobre o que comer no futuro aumentou 7,2% em um ano e meio
Incerteza sobre o que comer no futuro aumentou 7,2% em um ano e meio

Cerca de 125,2 milhões de pessoas vivem com algum grau de insegurança alimentar no Brasil, número que corresponde a mais da metade da população estimada em 215 milhões de habitantes (58,7%), de acordo com uma atualização da pesquisa Vigisan divulgada nesta quarta-feira (14), realizada pela PENSSAN (Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar).

Entre os que apresentam dificuldade para se alimentar, 15,5% (33,1 milhões) sofrem com insegurança alimentar grave e passam fome. O número corresponde a um aumento de 14 milhões de novos brasileiros na situação em pouco mais de um ano. O estudo revela ainda que 15,2% dos lares enfrentam insegurança alimentar moderada e 28% encaram insegurança alimentar leve.

Na análise de todas as regiões brasileiras, três em cada dez famílias relataram incerteza quanto ao acesso a alimentos em um futuro próximo e preocupação em relação à qualidade da alimentação no futuro imediato. De acordo com a publicação, tal incerteza para as refeições diárias está 7,2% maior em relação a 2020.

"Se compararmos com dados de 2018 (última estimativa nacional antes da pandemia de Covid-19), quando a insegurança alimentar atingia 36,7% dos lares brasileiros, o aumento chega a 60%", analisa o estudo. As formas mais severas de insegurança alimentar (moderada ou grave) atingem fatias maiores da população nas regiões Norte (45,2%) e Nordeste (38,4%).


Entenda os níveis de insegurança alimentar avaliados pela pesquisa

Leve: Incerteza quanto ao acesso a alimentos em um futuro próximo e/ou quando a qualidade da alimentação já está comprometida.

Moderada: Quantidade insuficiente de alimentos.


Grave: Privação no consumo de alimentos e fome.

Pesquisa

A produção do estudo contou com entrevistas em 577 municípios de todas as macrorregiões brasileiras, distribuídos nos 26 estados e no Distrito Federal. Foram entrevistadas pessoas em 2.745 domicílios, sendo obtidas informações sobre 35.022 indivíduos.

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