Mais de um terço dos trabalhadores está insatisfeito com vale-refeição
Quase 40% dos profissionais reclamam que a bandeira atual não é aceita em todos os estabelecimentos e 18% afirmam que ela não oferece serviços de qualidade, mostra pesquisa inédita do iFood
Economia|Da Agência Brasil
Mais de três em cada dez trabalhadores (36%) dizem estar insatisfeitos com as empresas emissoras de seus cartões de vale-alimentação e vale-refeição e afirmam que gostariam de trocá-las. Isso é o que revelou uma pesquisa inédita realizada pela LCA, contratada pela plataforma de delivery iFood.
A pesquisa, realizada em julho do ano passado, ouviu cerca de 500 pessoas e também mostrou que 38% dos trabalhadores que recebem o benefício se queixam de que a bandeira atual não é aceita em todos os estabelecimentos. Além disso, 18% afirmam que ela não oferece serviços de qualidade. Outra reclamação apontada por 39% dos entrevistados é que a bandeira atual não oferece serviços inovadores.
“Os dados revelam que os beneficiários do programa, o trabalhador que recebe vales refeição e alimentação, quer ter o direito de escolher a empresa que melhor atende às suas necessidades. A pesquisa também mostra a insatisfação com a atual estrutura desse mercado, com número limitado de estabelecimentos que aceitam o vale-benefício ou, em algumas regiões, com nenhum restaurante ou supermercado operando com vale-refeição ou vale-alimentação”, disse Guilherme Paiva, head de políticas públicas do iFood.
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Pela lei nº 14.442, sancionada em setembro do ano passado e que trata sobre o pagamento de auxílio-alimentação, ficou estabelecido que o trabalhador poderia trocar a prestadora dos benefícios (portabilidade) e usar o seu cartão em qualquer maquininha (interoperabilidade). Isso deveria começar em maio deste ano, mas a lei ainda não foi regulamentada pelo governo atual, e sua implementação acabou sendo adiada para maio do ano que vem.
Para Paiva, a portabilidade e a interoperabilidade vão transformar o setor, aumentando a rede credenciada. “A regulamentação da portabilidade e a interoperabilidade vão beneficiar o trabalhador e todo o setor de restaurantes. Além de poder escolher a melhor empresa para receber o seu benefício, a interoperabilidade das maquininhas para o uso dos cartões de VR e VA deve derrubar as taxas atualmente cobradas dos restaurantes pelas grandes empresas que hoje dominam o setor. A economia no pagamento dessas taxas tem potencial de chegar a R$ 5,21 bilhões ao ano para o setor de bares e restaurantes”, disse.
O mercado de benefícios de vale-alimentação e vale-refeição movimenta aproximadamente R$ 150 bilhões por ano, informou a pesquisa realizada pela LCA. O mercado impulsionado pelo PAT (Programa de Alimentação do Trabalhador) beneficia cerca de 23,4 milhões de trabalhadores.