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Manchas de óleo no Nordeste não vão afetar megaleilão do pré-sal

Oferta das quatro áreas do pré-sal pode render ganhos de R$ 106 bilhões à União e impulsionar produção de petróleo no Brasil

Economia|Alexandre Garcia, do R7

Manchas de óleo já atingem mais de 300 praias no Nordeste
Manchas de óleo já atingem mais de 300 praias no Nordeste

As manchas de óleo que atingem mais de 300 praias do Nordeste brasileiro desde o início do mês de setembro não devem afetar o megaleilão dos volumes excedentes do pré-sal, marcado para acontecer nesta quarta-feira (6). A expectativa da União é de que os ganhos superem os R$ 106 bilhões, caso todos os blocos ofertados recebam propostas.

No meio de setembro, o presidente Jair Bolsonaro questionou se o vazamento de óleo não poderia ter sido cometido intencionalmente com a intenção de prejudicar o megaleilão. A possibilidade, no entanto, é descartada pelo diretor-geral da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), Décio Oddone.

"São eventos independentes, que não têm nenhuma relação com a produção de petróleo no Brasil. As origens e as causas ainda estão sendo investigadas e eu não vejo relação direta das manchas com o nosso leilão", avalia Oddone.

Leia mais: Mancha inicial de óleo vazado no Nordeste tinha 200 km


Para o sócio da KPMG da área de Energia e Recursos Naturais, Anderson Dutra, o vazamento de óleo no litoral do Nordeste foi um acidente e não irá influenciar as participações no leilão. "As empresas vão continuar firmes e fortes, independentemente do acidente, porque o ocorrido não envolve nenhuma companhia que opera com o pré-sal brasileiro", garante ele.

Petrobras entra como favorita no megaleilão do pré-sal
Petrobras entra como favorita no megaleilão do pré-sal

Caso as expectativas sejam confirmadas, o megaleilão das quatro áreas do pré-sal será o maior da história brasileira. Como a Petrobras já manifestou interesse em utilizar o direito de preferência pelas áreas de Búzios e Itapu, Oddone diz que o sucesso do leilão está garantido.


"As duas áreas que a Petrobras escolheu representam R$ 70 bilhões, que já é mais do que todas as licitações já feitas pela ANP desde 1999 e o dobro do que foi arrecadado no mundo desde 2016", destaca o diretor-geral da ANP.

Dutra afirma que as parcerias estratégicas devem tornar o megaleilão bem-sucedido, apesar da possibilidade de não haver compradores para os blocos de Sépia e Atapu após a britânica BP e a francesa Total desistirem de participar do certame. “Quando a gente analisa o conjunto da obra, tende a ser um grande sucesso”, observa o sócio da KPMG.


Produção

Ao analisar o potencial do leilão, o diretor-geral da ANP, Décio Oddone, prevê duplicar a capacidade de produção de barris de petróleo, atualmente na casa dos 3 milhões por dia, até 2030.

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“Nós vamos ter um aumento grande da geração de emprego e renda e a arrecadação vai subir muito. Vamos sair de uma arrecadação na casa dos R$ 50 bilhões para talvez R$ 300 bilhões no final da próxima década”, estima Oddone, que ainda vê o Brasil ingressar entre os cinco maiores produtores de petróleo nos próximos anos.

De acordo com os dados mais recentes da ANP, a produção de petróleo do Brasil atingiu 2,927 milhões de barris por dia em setembro, valor 2,1% menor do que o resultado de agosto, quando o volume chegou a 2,989 milhões de barris por dia e superou o recorde histórico de produção para um único mês.

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