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Número de ofertantes para áreas do pré-sal encolhe antes de megaleilão

Economia|

Por Gram Slattery e Marta Nogueira

RIO DE JANEIRO (Reuters) - À medida que o Brasil se aproxima do maior leilão de petróleo de sua história --e um dos mais caros do mundo--, o número de licitantes previstos encolheu.

No leilão de quarta-feira, a chamada Rodada de Licitações do Excedente da Cessão Onerosa, as empresas podem pagar até 106,5 bilhões de reais em bônus de assinatura para blocos que o Brasil diz que podem conter até 15 bilhões de barris de óleo equivalente não explorados.

Em setembro, a agência reguladora de petróleo ANP disse que 14 empresas estavam habilitadas para participar do leilão de quatro blocos, o que pode consolidar a reputação do Brasil como uma das áreas de petróleo mais interessantes do mundo em alto mar.

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Ainda assim, várias empresas manifestaram cautela sobre os altos bônus de assinatura. Duas empresas que antes eram consideradas concorrentes viáveis --a britânica BP e a francesa Total-- anunciaram desistência.

Isso, por sua vez, faz com que os olhos se voltem para as empresas que permaneceram otimistas com a perspectiva.

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Talvez a favorita para adquirir ativos seja a própria estatal Petrobras, de acordo com conversas com vários advogados, consultores e executivos nas últimas semanas.

Enquanto a empresa está vendendo ativos de forma agressiva para reduzir a dívida, o presidente da petroleira brasileira, Roberto Castello Branco, fez do pré-sal, onde está localizada a área da cessão onerosa, a peça central de sua estratégia corporativa de longo prazo.

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A Petrobras já exerceu direitos de preferência, garantidos por lei, para se tornar operadora em duas das quatro áreas em disputa, que juntas têm um bônus de assinatura de cerca de 70 bilhões de reais. A empresa terá pelo menos 30% de participação nesses blocos.

Os executivos também disseram que a Petrobras empenhará no leilão um pagamento de cerca de 9 bilhões de dólares do governo relacionado a uma renegociação sobre a área da cessão onerosa.

Outros estão apostando na China National Offshore Oil Corp (CNOOC) e na China National Oil e Gás Exploração e Desenvolvimento Corp (CNODC), uma unidade da China National Petroleum Corp. Ambas têm dinheiro, detêm 10% no campo de Mero, próxima aos blocos em oferta, e são vistas como empresas que preferem participações não operacionais, o que poderia torná-las parceiras naturais da Petrobras, dizem analistas.

Nenhuma das empresas respondeu aos pedidos de comentários.

No final de outubro, a diretora financeira da Shell, Jessica Uhl, deu um tom relativamente otimista para a rodada, dizendo aos analistas que pode ser "uma área potencial" onde a empresa poderia "investir na saúde de longo prazo" da empresa, enquanto cresce o fluxo de caixa.

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FICANDO CARO

Os blocos são únicos, pois a Petrobras já realizou importantes trabalhos exploratórios na região, comprovando a existência de bilhões de barris de petróleo. Como resultado, as áreas têm muito pouco "risco exploratório".

"Estou no Rio de Janeiro há vários dias. Não há outro lugar com maior entusiasmo sobre o setor de energia", disse Carlos Pascual, vice-presidente sênior de energia global da IHS Markit. Ele acrescentou que esperava "resultados recordes".

Já Carlos Maurício Ribeiro, sócio da área de Óleo & Gás do Vieira Rezende Advogados, afirmou acreditar que o megaleilão entrará para a história da indústria "com destaque".

"As áreas são excelentes. Creio que sairão todas as quatro... Só mesmo falta de disponibilidade financeira para uma 'major' ficar de fora desse leilão", declarou.

Ainda assim, apesar de muita conversa otimista, várias empresas implicaram ou declararam abertamente que os termos do leilão são caros.

Além da Total e da BP, que desistiram diante de suas próprias estratégias, os executivos da portuguesa Galp Energia questionaram publicamente a atratividade dos termos da rodada em várias ocasiões.

Durante uma ligação com analistas no início de novembro, James Johnson, chefe da norte-americana Chevron, disse que a empresa se concentraria nos ativos de exploração que detém no Brasil.

"Estamos interessados ​​no Brasil porque vemos o pré-sal como uma bacia de hidrocarbonetos prolífica", afirmou. "Mas continuaremos focados principalmente na exploração".

(Por Gram Slattery e Marta Nogueira, reportagem adicional de Paula Laier em São Paulo e David Alire Garcia e Marianna Parraga na Cidade do México)

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