Motoristas de aplicativos se opõem à fusão entre locadoras de veículos
União entre Localiza e Unidas é uma das fusões mais importantes em análise pelas autoridades concorrenciais em 2021
Economia|Do R7
Uma das fusões mais importantes em análise pelas autoridades concorrenciais neste ano, a união das locadoras de veículos Localiza e Unidas ganhou, além da oposição dos competidores, novos antagonistas: motoristas de aplicativos.
Representantes de condutores de serviços como Uber e 99 estão preocupados com o impacto para a categoria. De acordo com a Amasp (Associação dos Motoristas de Aplicativos de São Paulo), 25% dos motoristas dirigem carros alugados no Estado. O temor é de que a fusão diminua a concorrência e aumente o preço da locação para os motoristas, reduzindo a oferta de transporte ou encarecendo o valor da corrida para os usuários.
"Já vimos uma disparada nos preços dos carros alugados desde que a fusão foi anunciada. Com a falta de concorrência no mercado, eles colocam o valor que eles querem", afirma o presidente da Amasp, Eduardo Lima de Souza.
Fundada por Salim Mattar, ex-secretário de Desestatizações do Ministério da Economia, a Localiza anunciou a fusão com a Unidas em setembro do ano passado, o que criaria uma empresa com valor de mercado consolidado de R$ 48 bilhões. O negócio, porém, só pode ser concretizado após a aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), onde está sob análise.
O vereador de São Paulo Marlon Luz, conhecido como "Marlon do Uber" - que foi motorista de aplicativo e se elegeu como representante da categoria -, diz que, desde novembro, houve aumento de 15% a 20% no preço do aluguel de carros.
Segundo Marlon, quanto menos concorrência tiver, mais alto vai ficar o preço. "A tendência com essa fusão é que esses motoristas que alugam carro desistam. Vão sair do negócio e, aí, terão menos carros de aplicativo servindo os passageiros, maior demora e preços das passagens aumentando", afirmou o vereador.