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‘Na dúvida, o papel do Banco Central é ser mais conservador’, diz Galípolo sobre juros e dólar

Presidente do BC afirma que sinais mistos na economia exigem cautela e evita indicar próximos passos da Selic

Economia|Do R7, com Estadão Conteúdo

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, destaca a necessidade de cautela devido a sinais divergentes na economia.
  • Apesar da queda da inflação, indicadores ainda estão acima do desejado pelo BC, exigindo uma postura conservadora.
  • O Copom avaliará os indicadores a cada reunião, sem se comprometer a sinalizar movimentos futuros na taxa Selic.
  • Galípolo ressalta que a flutuação cambial é vista como um ativo importante para o Brasil e que o BC intervirá apenas em situações de disfuncionalidade.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Segundo Galípolo, o cenário hoje seria mais grave se os juros não tivessem aumentado no fim de 2024 Roque de Sá/Agência Senado - Arquivo

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, declarou nesta segunda-feira (1º) que o cenário econômico apresenta sinais divergentes e exige uma postura prudente da autoridade monetária. Ele afirmou que o BC deve atuar com cautela diante das incertezas.

“Na dúvida, o papel do Banco Central é ser um pouco mais conservador, e eu acho que é isso que a gente vem fazendo”, argumentou, durante evento organizado pela XP em São Paulo.


Segundo Galípolo, variáveis econômicas que normalmente caminham juntas estão se comportando de forma diferente. O mercado de trabalho segue aquecido e a demanda interna demonstra força, pressionando preços de serviços.

Ao mesmo tempo, indicadores apontam para desaceleração da inflação.


Ele explicou que a equipe reconhece avanço no cenário desde o começo do ano, com queda da inflação corrente, das expectativas e das projeções.

Porém, ressaltou que os indicadores ainda estão acima do desejado pelo BC. “Esses mesmos dados demonstram que a gente ainda não está onde o nosso mandato manda a gente estar”, disse.


BC evita antecipar passos sobre a Selic

Galípolo afirmou que o Copom não tem uma indicação clara sobre qual será o próximo movimento na taxa básica de juros. O colegiado continuará avaliando indicadores a cada reunião de 45 dias.

Ele afirmou que o mercado busca palavras ou códigos nas comunicações do BC para antecipar decisões sobre juros, mas reforçou que a instituição não tem obrigação de sinalizar previamente um movimento.


O presidente do BC também comentou o comportamento do dólar. Ele disse que no primeiro semestre a oscilação da moeda esteve mais ligada à proteção de investimentos (hedge), enquanto agora está mais associada à política monetária.

Ele destacou que o câmbio flutuante permanece como ativo importante para o país e que o BC intervém apenas em situações de disfuncionalidade.

“A flutuação, na verdade, é vista como um ativo nosso. O fato de o câmbio poder flutuar é uma linha de defesa para nós”, considerou.

Juros alto no fim de 2024 evitou cenário mais grave

Galípolo afirmou que a elevação da Selic no final de 2024, ainda sob o comando do ex-presidente Roberto Campos Neto, foi determinante para o cenário atual.

“Estou muito convencido que, se a gente não tivesse feito o que fizemos na virada do ano, a gente estaria em uma situação bastante diferente do que estamos hoje.”

Ele rebateu dúvidas do mercado sobre eventual tolerância com inflação após sua indicação pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Nós somos o Banco Central, todo mundo acredita em política monetária”, apontou.

O presidente declarou que o país conviverá com juros mais altos que economias comparáveis e reafirmou a posição da instituição.

“O Banco Central vai estar sempre reafirmando que o mandato dele é esse, se precisa dar uma dose maior do remédio para fazer o efeito, ele vai dar a dose maior do remédio para buscar o que ele precisa”, finalizou.

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