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Nova regra de financiamento deve reduzir juros e ajudar classe média

A partir de 2019, brasileiros poderão usar os recursos do FGTS para comprar imóveis de até R$ 1,5 milhão

Economia|Alexandre Garcia, do R7

Regra é vista como positiva às empresas e compradores
Regra é vista como positiva às empresas e compradores Regra é vista como positiva às empresas e compradores

O novo modelo de financiamento imobiliário com o uso dos recursos do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) para a compra de imóveis começa a valer em 2019 e deve reduzir as taxas de juros e atrair compradores da classe média a realizar o sonho da casa própria.

A Resolução 4.676, de 2018, assinada pelo CNM (Conselho Monetário Nacional), estabeleceu que os financiamentos realizados com base no SFH (Sistema Financeiro de Habitação) — aquele que utiliza dos recursos da poupança — poderão bancar imóveis de até R$ 1,5 milhão em todas as regiões do país.

Atualmente, o valor máximo do crédito é de R$ 950 mil para São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Distrito Federal.

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Para Marcello Romero, especialista em mercado imobiliário e presidente da corretora Bossa Nova Sotheby's International Realty, o novo limite tende a impulsionar a aquisição de imóveis por consumidores da classe média.

“Com essas medidas, o financiamento volta a ser um bom negócio, principalmente para a classe média, que foi a mais impactada pela crise econômica", avalia Romero, que vê as mudanças como "uma injeção na construção civil".

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Renato Lomonaco, gerente de Projetos da Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias), comemora as medidas e afirma que o ânimo dado à classe média com as mudanças servirá como um “grande propulsor do mercado”, principalmente para os segmentos de média e alta renda.

“A mudança não só facilita as compras de imóveis para a classe média, mas também faz com que um setor muito importante da economia tenha uma melhora. [...] Beneficia a classe média, a construção e o país inteiro, porque você consegue destravar o número de imóveis, fazer com que o setor da incorporação volte a investir e, consequentemente, gera mais empregos”, explica ele.

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Juros menores

Os especialistas ouvidos pelo R7 ainda avaliam que a resolução da CNM vai fazer com que os juros para quem deseja realizar o sonho da casa própria vão cair a partir do momento em que as mudanças forem efetivadas.

De acordo com Lomonaco, a queda das taxas deve ocorrer em longo prazo devido ao direcionamento de R$ 80 bilhões de recursos alocados na poupança para o crédito imobiliário.

“A tendência é de que, ao longo dos próximos anos, os bancos terão que direcionar mais recursos da poupança para o crédito imobiliário, de forma gradual. Isso vai variar de banco para banco e não é uma coisa que acontece ao mesmo tempo, mas a redução [dos juros] é quase inevitável”, garante o gerente de Projetos da Abrainc.

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Rafael Sasso, sócio da Melhor Taxa, também atenta para a possibilidade de queda das taxas imobiliárias, se a Selic — juros básicos da economia — permanecerem baixos. “Nos próximos meses, a gente vai ver declarações de bancos dizendo como vai se adaptar e quais mudanças serão feitas. Essas ofertas podem ajudar para se ter mais oferta de crédito imobiliário”.

Imóveis de até R$ 500 mil

O artigo 20 das novas regras estabelece que as instituições financeiras ligadas ao SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) terão que incluir um “efeito de multiplicação” aos saldos dos financiamentos contratados a partir de 2019 para imóveis de até R$ 500 mil.

“O saldo recolhido será atualizado mensalmente por índice correspondente a 80% do rendimento dos depósitos de poupança”, determina a resolução.

Segundo Lomonaco, o incentivo ao multiplicador atingirá uma linha de crédito que não era beneficiada pelo Minha Casa Minha Vida e pelo sistema de poupança. “Isso vai fazer com que o banco possa emprestar um pouco mais também nessa faixa”, observa.

Sasso também afirma que a mudança será positiva, porque atinge a “base do mercado brasileiro” de habitação. “Isso vai ser interessante para a população e, provavelmente, gerar mais liquidez para esse modelo de carteira, o que é bom”, analisa o sócio da Melhor Taxa.

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