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Novo lockdown na China vai acentuar falta de insumos e inflação global

Importantes polos econômicos da Ásia, as cidades de Xangai e Pequim adotaram restrições para conter nova onda da Covid-19

Economia|Alexandre Garcia, do R7

Política sanitária de 'Covid zero' foi adotada em regiões da China
Política sanitária de 'Covid zero' foi adotada em regiões da China Política sanitária de 'Covid zero' foi adotada em regiões da China

Os recentes fechamentos das cidades de Xangai e Pequim para conter uma nova onda de contaminações pela Covid-19 pode agravar a situação adversa enfrentada pela economia nacional e global.

Na avaliação de especialistas, a política sanitária de 'Covid zero' adotada pelo governo chinês vai prejudicar novamente a cadeia global de suprimentos, resultar em uma nova falta de insumos para a cadeia produtiva e, consequentemente, elevar ainda mais os preços.

Josilmar Cordenonssi, professor de economia do CCSA (Centro de Ciências Sociais e Aplicadas) do Mackenzie, afirma que a manutenção das medidas de isolamento vai ocasionar na piora das condições de logística de bens e produtos intermediários no mundo.

“Tudo que a China produz e exporta ou importa vai ficar travado. O tempo de espera dos navios por mercadorias nos portos vai aumentar, elevar o custo de logística e reduzir a oferta de produtos no mundo, fazendo com que os preços aumentem”, explica o professor.

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Os isolamentos totais já resultaram em revisões das expectativas de crescimento da economia chinesa neste ano para um patamar abaixo de 4%. “Xangai é um grande porto, e o lockdown vai trazer um grande impacto para o PIB local. [...] Como a China tem uma participação muito grande no comércio mundial, vai afetar o resto do mundo, lamenta Cordenonssi.

Patrícia Krause, economista-chefe da Cofase, ressalta que a cidade de Xangai representa cerca de 27% das exportações chinesas, o que vai trazer gargalos na cadeira de suprimentos em ritmo de melhora. “A dificuldade de conseguir bens eleva o custo do transporte e acaba causando uma nova pressão para a inflação mundial”, analisa ela.

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A falta de peças e chips para a cadeia produtiva citada pelos economistas é a mesma que ainda aflige parte das indústrias. No Brasil, o segmento automotivo foi um dos mais afetados pela Covid-19. A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), por exemplo, ainda cita a escassez de matérias-primas como um dos entraves para a produção nacional.

“As empresas tentam cumprir seus planejamentos, apesar de toda falta de componentes e semicondutores. As áreas de logística estão trabalhando para que a gente consiga produzir”, disse Marco Saltini, vice-presidente da entidade durante última divulgação de resultados do setor.

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