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Número de endividados cresce nos dois extremos sociais em janeiro, entre mais pobres e mais ricos

Em 12 meses, a proporção total de devedores avançou 2,6 pontos percentuais entre as famílias com renda de até três salários

Economia|Do R7

Pesquisa mostra avanço do endividamento no país em janeiro
Pesquisa mostra avanço do endividamento no país em janeiro

A falta de planejamento na hora das compras afetou igualmente, em janeiro, os cidadãos que compõem as classes de renda mais baixa da sociedade e os que fazem parte dos extratos sociais mais privilegiados. A Peic (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor), realizada mensalmente pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), mostra que, nesse mês, o endividamento avançou no país tanto entre os mais pobres quanto entre os mais ricos.

Na comparação com o mesmo mês de 2022, o endividamento das famílias que têm menores rendimentos teve elevação de 2,7 pontos percentuais, enquanto entre as que ganham mais de dez salários mínimos, o saldo negativo cresceu 3,2 pontos percentuais.

Das famílias com renda de até três salários mínimos, 79,2% estavam endividadas no mês passado, número que supera o índice geral, de 78% (valor igual ao registrado em dezembro).

Nesse grupo, 38,7% das famílias, ou quatro em cada dez, atrasaram o pagamento de dívidas em janeiro, o que representa 5,7 pontos percentuais a mais do que no mesmo mês de 2022. Essa é a faixa de renda que puxou o indicador geral de inadimplência em 29,9% no mês, uma queda de 0,1 p.p. em relação a dezembro.


“Apesar de ainda alto, o indicador de dívidas atrasadas caiu pela primeira vez após seis altas seguidas, o que mostra um esforço do consumidor para pagar em dia, no contexto de juros elevados”, explica Izis Ferreira, economista da CNC responsável pela pesquisa.

O percentual de inadimplência das outras faixas ficou abaixo da média nacional: 27,2% entre os que ganham de três a cinco salários, contra 20,4% dos que recebem de cinco a dez salários, e 13,5% dos que têm vencimentos acima dos dez salários mínimos.


Segundo a economista, o nível geral de endividamento vem perdendo fôlego desde novembro. Em relação a janeiro de 2022, embora a proporção de famílias com dívidas tenha avançado 1,9 ponto percentual, a taxa anual está em desaceleração contínua desde meados de 2022.

“O cenário econômico como um todo, incluindo o desempenho positivo do mercado de trabalho, as políticas de transferência de renda e a inflação mais moderada são fatores que explicam o freio no endividamento, nos últimos meses”, explica. “Na prática, essas três condições ampliaram a renda disponível”, avalia Izis.


Novos recortes

A partir deste mês, a Peic conta com informações mais detalhadas sobre endividamento e inadimplência, de acordo com as faixas de renda. Os dados passam a ser distribuídos em quatro categorias: das famílias que ganham menos de três salários mínimos, das que recebem de três a cinco salários, das que têm vencimentos entre cinco e dez, e as que ganham acima de dez salários mínimos.

Os novos recortes da pesquisa têm o objetivo de ampliar os conhecimentos sobre a percepção dos consumidores quanto ao uso do crédito e à capacidade de pagamento.

Para o presidente da CNC, José Roberto Tadros, “esse é um avanço significativo na compreensão do cenário econômico proporcionado pela pesquisa, para que os empresários do setor terciário possam planejar seus empreendimentos com eficiência”.

Atrasos superam três meses

Do total das famílias brasileiras, 11,6% chegaram a janeiro sem condição de pagar as dívidas atrasadas de meses anteriores. Esse indicador aumentou em janeiro em todos os grupos de renda, de forma mais expressiva entre os consumidores com até três salários mínimos (17,4% do total de inadimplentes).

A parcela de consumidores que atrasaram dívidas por mais de 90 dias chegou a 44,5% dos inadimplentes, a maior proporção desde abril de 2020.

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