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O que significa para o Brasil a bolsa ter atingido 100 mil pontos

Índice demonstra otimismo dos investidores em relação à economia brasileira, mas crescimento depende de reforma da Previdência

Economia|Fernando Mellis, do R7, com Reuters

Desde janeiro, bolsa já subiu cerca de 12%
Desde janeiro, bolsa já subiu cerca de 12%

O principal índice da bolsa de valores brasileira (B3), o Ibovespa, atingiu na tarde desta segunda-feira (18) 100 mil pontos, uma marca histórica que indica otimismo dos investidores com a economia nacional.

No fechamento, às 17h, o índice registrou 99.993 pontos. Segundo a B3, trata-se de "mais um recorde nominal".

Mas o que isso significa para o país num todo? Primeiro é preciso entender o que são esses pontos e o que eles representam.

O Ibovespa é uma carteira teórica que reúne, atualmente, 65 ações mais negociadas na bolsa.


Em resumo, cada ponto do Ibovespa equivale a R$ 1. Se o índice recua 1%, por exemplo, isso significa que as principais companhias listadas na bolsa perderam, em média, 1% do valor de mercado naquele dia.

A principal função do índice é servir como um 'termômetro' da bolsa brasileira. Desde o começo do ano, a alta acumulada é de cerca de 12%.


"[A alta da bolsa] tem sido um movimento consistente, que começou com o impeachment da Dilma [Rousseff] e se intensificou com uma agenda mais reformista e liberal", explica o analista-chefe da XP Investimentos, Karel Luketic.

Ele ressalta o fato de a reforma da Previdência, tida pelo mercado como essencial para que o país reduza o nível de endividamento, ter começado a tramitar na Câmara dos Deputados nesta semana.


"É claro que haverá momentos de tensão durante a tramitação da reforma que podem fazer com que o Ibovespa caia. Uma reforma hiperdiluída, por exemplo, poderia derrubar a bolsa para 90 mil pontos, uma correção de 10%, mas não seria o fim do mundo. Porém, a aprovação de uma reforma mais consistente pode elevá-lo a 125 mil pontos", acrescenta Luketic.

Para Jerson Zanlorenzi, responsável pela mesa de renda variável do BTG Pactual digital, o fator psicológico dessa marca representa uma "virada de página" das expectativas para a Previdência.

"Mostra que virou a página sobre a questão, que [o mercado] vê que ela [reforma] está caminhando", disse à agência Reuters. 

O desempenho das companhias na temporada de balanços também aparece como suporte para tal performance do Ibovespa, bem como para as perspectivas otimistas para o mercado à frente.

"A Previdência está muito no radar, mas há também outros fatores, como a melhora no desempenho das empresas", ressaltou Zanlorenzi.

Ele cita compilação do BTG mostrando que 53% das empresas que já divulgaram balanço tiveram resultado acima do esperado pelos analistas da casa, com melhora de margens operacionais e resultado financeiro e recuperação de vendas.

Quem investe na bolsa aposta no crescimento das empresas das quais compra ações e, consequentemente, no recebimento de dividendos cada vez mais altos.

Como todas as empresas dependem do crescimento da economia, é preciso que a indústria, o consumo, o transporte e os serviços financeiros, por exemplo, tenham expansão para que essas companhias gerem lucros aos seus acionistas.

A economia cresceu menos do que o desejável em 2018, com a indústria registrando alta de 0,6%; agropecuária, 0,1% e o setor de serviços, 1,3%.

O relatório Focus — pesquisa semanal do Banco Central com analistas do mercado — aponta uma expectativa de crescimento de 2,01% da economia brasileira em 2017. Na semana anterior, esse percentual era de 2,28%.

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