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O que você precisa saber antes de investir em ouro

Dá para comprar até 1 g por R$ 150, mas cliente deve se atentar para dificuldade de vender

Economia|Do R7


Cotação do ouro no Brasil é influenciada pelas bolsas de Nova York e Londres
Cotação do ouro no Brasil é influenciada pelas bolsas de Nova York e Londres

Decidir onde aplicar dinheiro é uma tarefa que exige muita atenção. Há pessoas que optam por se arriscar na Bolsa, comprando ações de empresas. Afinal, trata-se de renda variável e você pode ganhar ou perder dinheiro. Outras adquirem títulos públicos, considerados mais seguros, um tipo de investimento em renda fixa. Uma terceira via que surge nesse imenso leque é o ouro.

Mas antes de sair por aí comprando barras douradas é importante ter uma ideia básica de como funciona esse mercado. O preço do grama de ouro no Brasil subiu cerca de 30% em 2015 — é raro encontrar investimentos que tenham um retorno tão alto.

Primeiramente, cabe ressaltar que a valorização do ouro se deu nesse patamar por ele ser negociado internacionalmente. O preço desse metal no Brasil se determina pelas cotações internacionais (bolsas de valores de Nova York e Londres) e, principalmente, pelo dólar.

A moeda norte-americana subiu 48,49% frente ao real em 2015. Ou seja, o grama do ouro, negociado em dólar, passou a custar mais caro em real. Daí explica-se boa parte da valorização.


Segundo o Banco do Brasil, responsável pela custódia de quase um terço do volume de ouro negociado no País, “investir em ouro envolve riscos e pode haver perda financeira, caso haja depreciação da cotação do metal”, uma vez que o investidor está sujeito ao movimento da economia global.

Em momentos de estabilidade econômica, os investidores tendem a vender o ouro e diversificar o portflio de aplicações, em busca de mais rentabilidade. Com mais metal em oferta, a cotação cai. O contrário acontece em cenários de crise, quando há mais procura por ouro e o preço sobe.


No Brasil, é possível adquirir ouro na BM&FBovespa, por meio de contratos em que o comprador não é obrigado a retirar as barras. Também existe o mercado de balcão, como o Banco do Brasil e a Ourominas, em que o cliente recebe o metal.

Quando se trata de investimento, é preciso considerar todos os custos atrelados a isso. Um deles é a taxa de custódia, que pode chegar a 1% ao mês, já que o metal fica depositado em uma instituição financeira. No caso das compras via bolsa, há o intermédio (obrigatório) de uma corretora de valores, que cobram uma taxa de corretagem — em torno de 0,5%.


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Além disso, é preciso contratar um seguro para o transporte das barras de ouro. Para aplicações acima de R$ 20 mil ao mês, existe a incidência de 15% de Imposto de Renda.

Uma das principais desvantagens de negociar na BM&FBovespa é a baixa liquidez, como explica o analista da Ourominas, Maurício Gaiote.

— Na Bolsa, tudo que tem liquidez baixa tem ágio deságio. Ou seja, se ele for comprar, vai pagar caro porque tem poucos vendedores. Se for vender, vai vender barato porque tem poucos compradores.

O mercado de balcão não cobra a taxa de corretagem. O cliente tem a opção de levar as barras de ouro para casa. O Banco do Brasil vende o metal somente aos correntistas e oferece o serviço de custódia (mediante pagamento que varia entre 0,15% e 0,20% sobre o montante).

O principal risco para quem decide ficar com o ouro é óbvio: a segurança. Deixar barras de ouro em casa, mesmo que em um cofre, exigirá um seguro do imóvel, o que também deve ser considerado como um custo para o investimento.

Contratos na Bolsa

Os contratos de ouro vendidos na BM&FBovespa são de lotes de 250 g, 10 g ou de 0,225 g, com teor de pureza de 0,999. O Banco do Brasil comercializa barras de 250 g (Lingote) e também em múltiplos de 25 g (Escritural).

Na Ourominas, é possível comprar a partir de 1g. Também há barras de até 100 g ou pirâmides de 250 g. A empresa ainda oferece venda online e entrega em casa. O grama era vendido nesta quarta-feira (20) por R$ 150, preço semelhante ao negociado na Bolsa.

Na hora de vender, o mercado de balcão garante a recompra do ouro com pagamento no mesmo dia. Já na BM&FBovespa, dependendo da quantidade, o investidor pode levar alguns dias para achar um comprador. O valor só é recebido no primeiro dia útil após a venda.

Antes de fechar qualquer negócio, a recomendação de quem trabalha no mercado financeiro é que a pessoa interessada em investir, seja em ouro ou em qualquer outro produto, procure aconselhamento em caso de dúvidas. 

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