Oferta de imóveis residenciais dobra no país no 2º trimestre
Cerca de 70% da oferta de casas e apartamentos no país fazem parte do programa federal Minha Casa Minha Vida
Economia|Juliana Moraes, do R7
A CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) apresentou nesta segunda-feira (20) o balanço do mercado imobiliário no segundo trimestre de 2018, realizado em parceria ccrom o SESI Nacional. Foram lançadas 25.485 unidades residenciais no país entre abril e junho deste ano.
De acordo com o estudo, os lançamentos do 2º trimestre representam um aumento de 119,7% em relação ao trimestre anterior, quando 11.599 unidades foram colocadas no mercado. Isso quer dizer que o volume mais que dobrou. Em relação ao mesmo trimestre de 2017, o aumento foi de 19,9% — quando 21.257 unidades foram lançadas.
As vendas também tiveram crescimento: 17,3% em relação ao trimestre anterior e 32,1% em relação ao mesmo trimestre de 2017.
O estudo mapeou a atividade do mercado imobiliário em mais de 20 locais, mostrando, assim, o cenário nacional. O presidente da CBIC, José Carlos Martins, avaliou o panorama atual.
“Temos insistido que a volta do investimento tem a ver com a credibilidade e a segurança jurídica. Na época da crise, as pessoas não deixam de ir ao mercado, mas deixam de comprar imóveis”, declarou Martins.
A média de lançamentos nos últimos quatro trimestres foi de 22.756 unidades residenciais.
A oferta final, no entanto, apresentou uma queda de 1,1% em relação ao trimestre anterior e caiu 14,4% em comparação ao mesmo trimestre do ano passado. Martins explicou o motivo das quedas. “A economia piorou muito a partir da greve dos caminhoneiros”, explicou.
Celso Petrucci, presidente da CII/CBIC (Comissão da Indústria Imobiliária da entidade), destacou que os financiamentos estão crescendo em torno de 5% e tem a expectativa de que cresça 17%. Para ele, o cenário político tem ligação com o número de imóveis colocados à venda. “Em função da política e da crise institucional, fica difícil de o empresário colocar seu produto na rua. Falta segurança do empresário. A dúvida do mercado imobiliário no momento não é da demanda e sim se vai ter crédito pra colocar na praça.”
Petrucci também falou sobre o perfil dos imóveis que mais são vendidos no país. “Em torno de 70% do que se oferta é programa Minha Casa Minha Vida. Grande oferta de imóveis é de um e dois dormitórios. Cerca de 40% das vendas do primeiro semestre na cidade de São Paulo foi de imóveis do Minha Casa Minha Vida. Isso reforça a importância. Esse programa não pode sofrer descontinuidade.”
Martins reforçou a importância de existir crédito imobiliário para o setor continuar com fôlego. “A gente precisa que o banco diga que vai conceder mais crédito. Estamos tentando um diálogo para fazer isso.”