Ômicron vai atrasar recuperação dos mercados de trabalho, diz OIT
Organização avalia que níveis de desemprego persistirão acima do patamar pré-pandemia até pelo menos 2023
Economia|Do R7
O mercado de trabalho global levará mais tempo do que se pensava anteriormente para se recuperar, com os níveis de desemprego acima do patamar pré-pandemia até pelo menos 2023 devido à incerteza sobre o curso e a duração da pandemia, disse a OIT (Organização Internacional do Trabalho) em relatório nesta segunda-feira (17).
A agência da ONU estima o equivalente a cerca de 52 milhões de empregos a menos em 2022 em relação aos níveis anteriores à pandemia de Covid-19, o que equivale a aproximadamente o dobro da estimativa anterior de junho de 2021.
As interrupções devem continuar em 2023, quando ainda haverá cerca de 27 milhões de empregos a menos, disse a OIT, alertando para uma recuperação "lenta e incerta" em seu relatório Perspectivas Sociais e de Emprego no Mundo em 2022.
"As perspectivas do mercado de trabalho global se deterioraram desde as últimas projeções da OIT; um retorno ao desempenho pré-pandemia provavelmente permanecerá indefinido para grande parte do mundo nos próximos anos", disse o relatório.
O diretor-geral da OIT, Guy Ryder, disse a jornalistas que há vários fatores por trás de sua revisão, e afirmou que "o principal é a pandemia contínua e suas variantes, principalmente a Ômicron".
No geral, estima-se que cerca de 207 milhões de pessoas estejam desempregadas em 2022. No entanto, o relatório informou que o impacto será significativamente maior, pois muitas pessoas deixaram a força de trabalho e ainda não retornaram.
Ainda assim, o déficit de horas de trabalho projetado para este ano representa uma melhora em relação aos últimos dois anos. Em 2021, segundo a OIT, havia cerca de 125 milhões de empregos a menos do que os níveis pré-pandemia e em 2020, 258 milhões a menos.