Operação Carbono Oculto: grupos do setor de combustíveis falam em ‘defesa da legalidade’
Bioenergia Brasil, ICL, Sindicom, Unica e Ubrabio destacam importância da ação contra crime organizado no país
Economia|Do R7, em Brasília

A Bioenergia Brasil, o ICL (Instituto Combustível Legal), o Sindocom (Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes), a Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia) e a Ubrabio (União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene) manifestaram apoio irrestrito às autoridades responsáveis pela Operação Carbono Oculto.
Ela é considerada a maior operação já realizada no país contra a atuação do crime organizado no setor de combustíveis.
Em nota conjunta, as entidades parabenizaram o governo do estado de São Paulo, o Ministério Público, as polícias Federal, Civil e Militar, a Receita Federal e a Secretaria da Fazenda paulista pelo que chamaram de “firme atuação na defesa da legalidade, da livre concorrência e da sociedade”.
Para os representantes do setor, o enfrentamento de práticas ilícitas é decisivo para proteger consumidores, assegurar a arrecadação tributária, ampliar a confiança dos investidores e consolidar um ambiente de negócios transparente.
As entidades ressaltam que a operação complementa medidas já adotadas pelo governo paulista, como a responsabilidade solidária dos postos de combustíveis, reforçando a ordem e a segurança dos cidadãos.
O comunicado também enfatiza a relevância estratégica dos segmentos sucroenergético e de combustíveis para a economia brasileira, responsáveis pela geração de milhões de empregos, pela segurança energética e pela transição para uma matriz mais sustentável.
Donizete Tokarski, diretor superintendente da Ubrabio, afirmou que o tema das fraudes já havia sido levantado pela associação, e a operação de hoje somente confirmou a gravidade do problema.
“O esquema do metanol é um exemplo emblemático de como o crime organizado atua, causando desequilíbrios profundos no mercado”, afirmou.
Ele também pediu que, diante da extensão das perdas, o Congresso avance com urgência nas propostas legislativas em discussão. E citou o trabalho de frentes parlamentares na aprovação de projetos de lei como o das Notas Fiscais, o das Penalidades, o do Operador Nacional dos Combustíveis e o PLP do Devedor Contumaz.
“Não podemos mais adiar o enfrentamento desse crime organizado que corrói a economia e mina a confiança do setor”, concluiu.
Como foi a operação
A megaoperação, deflagrada nesta quinta-feira (28), cumpre mandados de busca e apreensão em oito estados contra um esquema criminoso supostamente controlado pelo PCC (Primeiro Comando da Capital).
O Ministério Público de São Paulo estima que mais de R$ 7,6 bilhões tenham sido sonegados e identificou movimentações de cerca de R$ 52 bilhões em mil postos de combustíveis ligados aos investigados entre 2020 e 2024.
Mais de 350 alvos, incluindo pessoas físicas e jurídicas, são suspeitos de adulteração de combustíveis, crimes ambientais, lavagem de dinheiro e estelionato. A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional ingressou com ações cíveis para bloquear mais de R$ 1 bilhão em bens, entre imóveis e veículos.
Segundo os investigadores, o esquema funcionava sofisticadamente, envolvendo diferentes etapas da cadeia de combustíveis e afetando não somente motoristas, mas também empresas regulares do setor.
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