Pagamento por aproximação cresce 187,8% em 2022 e soma R$ 572,4 bi
Recurso é mais usado em supermercados; segurança e praticidade contam na hora em que o consumidor escolhe o método
Economia|Do R7, com Agência Estado
Pagar uma compra ou serviço sem precisar manusear uma maquininha, digitar senha, ou mesmo deixar o cartão passar pelas mãos do funcionário do estabelecimento é uma opção que atrai cada vez mais brasileiros. Em 2022, os pagamentos por aproximação tiveram alta de 187,8% em relação ao ano anterior, totalizando R$ 572,4 bilhões, de acordo com a Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços).
O Itaú Unibanco também identificou um aumento no volume de compras pagas com a tecnologia 'aproxime e pague', também chamada CCP (Comunicação por campo de proximidade), tradução da sigla em inglês NFC (Near Field Communication).
Considerando tanto cartões de crédito como carteiras digitais (conhecidas como e-wallets, um que são aplicativos para celulares), o banco registrou, só no quarto trimestre de 2022, um crescimento de 125% na quantidade de transações, e de 119% nos valores dessas operações.
Esses dados fazem parte do relatório Análise do Comportamento de Consumo, feito com base nas compras pagas com cartões do Itaú Unibanco, nas vendas realizadas nos sistemas da Rede (empresa de meios de pagamentos da instituição), e em pagamentos via Pix (apenas de CPF para CNPJ). Os números são do 4º trimestre de 2022, comparados ao mesmo período de 2021.
O levantamento também mostra que os supermercados representam 16% do total dos estabelecimentos onde esse recurso é utilizado. Na sequência, na lista dos locais onde os clientes mais usam a tecnologia NFC, vêm os fastfoods, com 9%, os restaurantes (8%), as lojas de conveniência (8%) e os postos de combustíveis (7%).
“O grupo Itaú tem incentivado bastante essa agenda, pela facilidade de uso e rapidez da transação”, fala Mario Miguel, diretor de cartões do banco. Ele explica que o estímulo ao uso desse meio de pagamento, ao lado do cartão virtual para as compras online, visa diminuir as fraudes realizadas com o número do cartão plástico.
Em relação à segurança, Rogério Panca, presidente da Abecs, ressalta que o pagamento por aproximação é uma modalidade, em muitos casos, mais segura do que a inserção do cartão com a digitação da senha.
"Quase 40% das transações presenciais são feitas por aproximação, e praticamente 33% dos pagamentos com cartão de crédito são não presenciais", diz Panca.
Ele afirma que as transações não presenciais tiveram alta de 22,8% em um ano, e chegaram a R$ 700 bilhões. Esse crescimento foi sustentado pelos cartões de crédito e pré-pago, uma vez que o de débito teve volume 20,6% menor em compras feitas via celular ou computador.
Não há provas de golpes
Muita gente já deve ter ouvido a história de alguém que estava com o cartão de crédito no bolso, e foi 'roubado' por uma pessoa que se aproximou, com uma maquininha de pagamento nas mãos. Nas últimas semanas, começaram a circular notícias sobre um novo golpe, em que hackers 'capturam' os equipamentos de estabelecimentos comerciais, para impedir a conclusão dos os pagamentos com tecnologia NFC.
Nesse último caso, a intenção seria obrigar os clientes a inserir o cartão e digitar a senha no dispositivo, o que levaria ao roubo dos dados. "Ainda não conseguimos comprovar (a existência de) golpes com aproximação", diz o presidente da Abecs.
Panca afirma que o setor está seguro, dentro dos padrões adotados para a modalidade. No ano passado, ultrapassou o volume de R$ 570 bilhões em negócios, e a expectativa para este ano, exposta também pelo Itaú, é de que o crescimento da modalidade continue, 'em uma curva ascendente'.
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No 4º trimestre de 2022, de acordo com o levantamento do Itaú, 51% das compras realizadas com cartões de crédito foram parceladas, e 49% delas foram à vista. No primeiro caso, o valor transacionado teve aumento de 13%, enquanto o volume de operações foi de 4%, com ticket médio de R$ 559,90.
Os consumidores que optaram por pagar os bens ou serviços adquiridos em uma única vez também gastaram mais nos três últimos meses de 2022: o valor transacionado teve ampliação de 19%, e a quantidade de operações aumentou 13%, com ticket médio de R$ 96,14.
“O que percebemos é que, quando a transação é mais barata, o pagamento é mais comumente feito à vista. Já as mais caras, os brasileiros preferem parcelar”, ralata Miguel.