Pandemia derrubou pela metade transporte de passageiros em 2020
Número de viajantes recuou para 44 milhões, enquanto o de toneladas de cargas transportadas caiu para 282 mil, aponta IBGE
Economia|Do R7
Um dos setores mais afetados pela pandemia do novo coronavírus, a aviação civil vivenciou uma queda de 53% no número de passageiros transportados ao longo do ano passado, aponta estudo divulgado nesta sexta-feira (10) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Conforme os dados, o número de viajantes passou de 93,8 milhões para 44 milhões, enquanto o de toneladas de cargas teve redução de 400 mil para 282 mil (-29,6%) no mesmo período.
De acordo com a pesquisa Redes e Fluxos do Território: Ligações Aéreas (2019-2020), a venda de assentos em voos comerciais e o valor das tarifas aéreas também caíram na comparação de um ano para o outro.
Cidades
Entre as principais cidades, Curitiba foi uma das mais afetadas com a retração tanto na movimentação de carga (queda de 52,9% em 2020) quanto no transporte de passageiros (-60,9%).
Por outro lado, Campinas obteve um saldo positivo de 36% no volume de cargas, confirmando seu papel cada vez mais relevante nas operações de carga aérea do país. A metrópole do interior paulista passou a ser a terceira maior cidade em transporte aéreo de cargas, atrás apenas de São Paulo e Manaus e seguida por Recife.
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A cidade de Brasília, anteriormente a terceira colocada, caiu para a quinta posição ao ter reduzido em 49,7% seu fluxo de carga em 2020.
“A análise deixa claro que São Paulo é o grande hub aéreo nacional, seja como destino, origem ou ponto intermediário de conexão para passageiros e cargas”, explica o géografo Thiago Arantes, responsável pela pesquisa.
Em 2020, a Grande Metrópole Nacional, que conta com os aeroportos de Congonhas e Guarulhos, participava de 50,3% da movimentação aérea de passageiros e de 52,2% de todas as cargas que foram transportadas naquele ano.
Ao todo, 175 cidades brasileiras contaram com algum voo regular de passageiros ou algum voo transportando carga como um serviço pago em 2020, mas só 46 tiveram pelo menos um voo regular de passageiros em cada mês do ano.
“Por ser um modal de alta intensidade tecnológica e de alto custo de operação, o transporte aéreo tende a se concentrar nas grandes cidades, como as metrópoles e capitais regionais”, ressalta Arantes.