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Parcelamento sem juros no cartão deve ser mantido, diz Febraban

Entidade disse que não defende acabar com a modalidade, mas, sim, a necessidade de um reequilíbrio do custo e do risco

Economia|Do R7

Mudança no cartão está em discussão no governo
Mudança no cartão está em discussão no governo

A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) afirmou nesta segunda-feira (14) que o parcelamento de compras sem juros no cartão de crédito deve ser mantido. Em nota, a entidade disse que não defende a ideia de acabar com a modalidade, mas, sim, a necessidade de um reequilíbrio do custo e do risco de crédito.

A mudança nas compras parceladas sem juros no cartão de crédito foi citada pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, na última quinta-feira (10), como uma possível solução para as altas taxas cobradas no rotativo. A linha de crédito é considerada a mais cara do país, com juros médios de mais de 437% ao ano.

O governo e o Congresso têm buscado iniciativas para tabelar os juros, o que significaria estabelecer um limite, como ocorre atualmente no cheque especial das contas bancárias.

Além do fim do rotativo, estão em discussão mudanças no parcelamento sem juros das compras do varejo, seja por meio de tarifas mais altas aos comerciantes, seja com preços diferentes em vendas no cartão para pagamentos à vista ou parcelados.


No entanto, as entidades do varejo temem que o governo decida por limitar o pagamento parcelado sem juros, e, com isso, causar impacto em grande parte das vendas, principalmente para a população de baixa renda.

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A Febraban afirmou também que participa de grupos que analisam as causas dos juros praticados e alternativas para um redesenho do rotativo, de um lado, e, de outro, o aprimoramento do mecanismo de parcelamento de compras. E que nenhum dos modelos em discussão pressupõe uma ruptura do produto e de como ele se financia.


"Defendemos que o cartão de crédito deve ser mantido como relevante instrumento para o consumo, preservando a saúde financeira das famílias. Isso porque estudos indicam a necessidade de medidas de reequilíbrio do custo e do risco de crédito. Para tanto, é necessário debater a grande distorção que só no Brasil existe, em que 75% das carteiras dos emissores e 50% das compras são feitas com parcelado sem juros", afirmou a nota assinada pelo presidente da entidade, Isaac Sidney.

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De acordo com o texto, estudos da Febraban mostram que o prazo de financiamento impacta no custo de capital e no risco de crédito, e a inadimplência das compras parceladas em longo prazo é maior do que a que ocorre na modalidade à vista, "cerca de duas vezes na média da carteira e trÊs vezes para o público de baixa renda".

"A Febraban continuará perseguindo uma solução construtiva que passe por uma transição gradual, para que se alcance a convergência que, ao mesmo tempo, beneficie os consumidores e garanta a viabilidade do produto para os elos que atuam na indústria do cartão de crédito, como bandeiras, bancos emissores, adquirentes (maquininhas), lojistas e consumidores", conclui a nota.

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