Pedidos de uso do FGTS para ações da Eletrobras chegam a R$ 9 bi
Os valores solicitados pelas pessoas físicas poderão ter cortes em relação aos pedidos, pois o teto é de R$ 6 bi
Economia|Do R7
A demanda por investidores pelo uso do dinheiro do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) para compra de ações da Eletrobras ficou acima do teto de R$ 6 bilhões estabelecido pelo governo.
Segundo apurou a reportagem, o total ficou em pelo menos R$ 9 bilhões. Isso quer dizer, na prática, que os valores individualmente solicitados pelas pessoas físicas sofrerão cortes em relação aos pedidos.
O prospecto da oferta prevê que, em caso de uma demanda maior do que o teto de R$ 6 bilhões, um máximo de investimento de R$ 50 mil por trabalhador. Isso para que um maior número de pedidos de reserva possa ser plenamente atendido, antes de um eventual rateio.
Se mesmo assim esse corte for necessário, por conta da maior demanda, todos os pedidos serão atendidos com uma pequena redução ao valor desejado, de forma proporcional entre os investidores.
O tamanho de evetual corte ainda dependerá do valor oficial da demanda. O trabalhador só pode fazer a reserva utilizando, no máximo, metade de seu saldo do FGTS, com um aporte mínimo de R$ 200.
O pedido de reserva pelas ações pelos trabalhadores com saldo no FGTS terminou ao meio-dia desta quarta-feira (8). A alta demanda, segundo especialistas, é explicada pela possibilidade de maior rentabilidade do investimento, visto que pelas regras o FGTS rende 3% ao ano, muito abaixo da inflação atual. O trabalhador que participar da oferta não poderá vender os papéis antes de 12 meses.
Nesta quinta-feira (9), será definido o preço da ação da Eletrobras. A oferta de ações da Eletrobras movimenta, ao todo, até R$ 35 bilhões. No fim do processo, o governo deixará de ser o controlador da empresa, culminando na sua privatização. Essa é a primeira vez, em mais de uma década, que o trabalhador pode utilizar parte de seu saldo do FGTS para comprar ações. Isso já foi possível, no passado, envolvendo papéis de Vale e Petrobras.