O presidente da Petrobras, Pedro Parente, afirmou na manhã desta terça-feira (22) que a empresa não irá alterar a política atual de repasse de preços do mercado internacional para as refinarias brasileiras. A declaração foi dada após Parente participar de uma reunião com os ministros Eduardo Guardia (Fazenda) e Moreira Franco (Minas e Energia) para discutir as mudanças de preços da gasolina e do diesel. "Na abertura da reunião, fui logo esclarecido de que, maneira nenhuma, o objetivo seria o governo pedir qualquer mudança na política de preços da Petrobras, porque é reconhecida que [a alta da gasolina e do diesel] é uma consequência dos preços internacionais e do câmbio. Portanto, não houve discussão em relação à política de preços da Petrobras, que está como estava antes, sem qualquer mudança", disse. Questionado se a redução de preços anunciada hoje de manhã pela Petrobras teria alguma relação com o encontro, Perente negou. "Essa política funciona na direção tanto de subir quanto de cair os preços. O Banco Central agiu no mercado ontem, houve uma redução de câmbio e isso foi refletido no preço hoje", explicou. O ministro Eduardo Guardia disse que o governo ainda não tomou qualquer decisão a respeito do preço da gasolina e do diesel. "Em nenhum momento o governo solicitou à Petrobras que alterasse sua política de preço, apenas solicitamos ao presidente Pedro Parente que viesse aqui para trazer mais informações sobre esse tema". Embora o presidente da Petrobras diga que não há relação com o protesto dos caminhoneiros, Parente admitiu que "o governo está preocupado com os preços, esta procurando ver o que no nível dele pode ser feito". Com a queda prevista para amanhã, o preço da gasolina nas refinarias será de R$ 2,0433 — queda de 2,08%. Antes disso, a Petrobras havia aumentado os preços por cinco vezes seguida. Parente pontuou que são "fatores externos" e que "a empresa tem obrigação de refletir isso". Porém, nas bombas, o consumidor não, necessariamente, sentirá o recuo do preço na mesma proporção. De acordo com a ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), o preço médio da gasolina no Brasil é de R$ 4,28 nos postos.Manifestações pelo País Pelo segundo dia consecutivo, os caminhoneiros protestam nesta terça-feira (23) contra o aumento do preço do diesel. Há registro de bloqueios em rodovias de, ao menos, 18 Estados — Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Bahia, Rio Grande do Sul, Paraíba, Mato Grosso, Espírito Santo, Santa Catarina, Pará, Mato Grosso do Sul, Sergipe, Tocantins, Pernambuco, Rondônia, Maranhão e Alagoas. O valor médio do litro do diesel subiu de R$ 3,38 para R$ 3,59 nas últimas dez semanas, de acordo com a ANP.