Vendas do comércio voltam a recuar, com tombo do ramo de papelaria e informática
Mesmo com baixa de 0,3% em outubro, o setor ainda opera em um patamar 4,4% acima do período pré-pandemia, mostra IBGE
Economia|Do R7
Após crescer 0,5% na passagem de agosto para setembro, o volume de vendas do comércio varejista apresentou queda de 0,3% em outubro, de acordo com dados publicados nesta quinta-feira (14) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Mesmo com a variação negativa sinalizada pela PMC (Pesquisa Mensal do Comércio), o setor opera 4,4% acima do patamar pré-pandemia. O valor, no entanto, continua 2% abaixo do maior nível da série histórica, atingido em outubro de 2022.
Cristiano Santos, gerente responsável pela pesquisa, explica que o varejo mantém variações próximas a zero desde fevereiro, o que caracteriza uma estabilidade em todos os meses, exceto março (0,7%), maio (-0,6%) e julho (0,7%), que apresentaram variações mais significativas.
"Isso mostra um retorno ao comportamento anterior a 2020, após as variações mais acentuadas que observamos no período de pandemia, com números ainda mais tímidos do que o padrão pré-Covid. Mas, num cenário de médio prazo, a perspectiva está positiva", prevê Santos.
No mês, houve predomínio de taxas negativas entre as atividades, com cinco dos outros setores pesquisados no campo negativo, com destaque para o ramo de equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-5,7%).
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Também apresentaram quedas as atividades de tecidos, vestuário e calçados (-1,9%), hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,8%), combustíveis e lubrificantes (-0,7%) e móveis e eletrodomésticos (-0,1%).
Por outro lado, os segmentos de livros, jornais, revistas e papelaria (2,8%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (1,4%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (0,2%) tiveram desempenho positivo em outubro.
Em relação às atividades, Santos destacou ainda que o comportamento do item supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,8%) interrompeu quatro meses no campo positivo. Já no que diz respeito à queda de 5,7% em equipamentos e material para escritório, informática e comunicação, ele atribui o fato em parte à trajetória do dólar, em alta a partir de setembro.