Por propinas, dona das marcas Perdigão e Sadia aceita pagar R$ 500 milhões à União
Operações da Polícia Federal identificaram que agentes públicos recebiam dinheiro em troca da emissão de certificados de qualidade adulterados
Economia|Do R7
A CGU (Controladoria-Geral da União) e a AGU (Advocacia-Geral da União) anunciaram na quarta-feira (28) a assinatura de um acordo de leniência com a empresa BRF, gigante do setor de carnes e processados.
O acordo vinha sendo negociado desde 2018 e, nos termos pactuados, a empresa se compromete a pagar R$ 583.977.360,48 ao Tesouro e a aperfeiçoar o programa interno de conformidade.
O valor do acordo inclui a devolução de vantagens indevidas e o pagamento de multas previstas na Lei Anticorrupção e na Lei de Improbidade Administrativa.
Dona de marcas como Sadia e Perdigão, a BRF foi investigada na Operação Carne Fraca, que em 2017 cercou os maiores frigoríficos do País e um esquema de corrupção e indicações políticas no Ministério da Agricultura.
Um dos pilares seria o pagamento de propinas a agentes públicos em troca da emissão de certificados de qualidade adulterados.
A empresa voltou a entrar na mira da Polícia Federal (PF) na Operação Trapaça, desdobramento da Carne Fraca em 2018.
O ex-presidente da BRF, Pedro de Andrade Faria, e o ex-vice-presidente Hélio Rubens Mendes dos Santos Júnior chegaram a ser presos.