Possibilidade de a inflação superar o teto da meta em 2022 é de 100%
Avaliação do Banco Central de que a inflação não terminará 2022 em até 5% admite o furo do teto da meta pelo 2º ano consecutiva
Economia|Do R7
O BC (Banco Central) avalia que não há mais possibilidade de a inflação fechar 2022 dentro do intervalo de tolerância da meta estabelecida pelo governo, segundo informações apresentadas nesta quinta-feira (30) pelo RTI (Relatório Trimestral de Inflação).
O documento revisou, que elevou de 7,1% para 8,8% a expectativa de avanço do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), aponta que a chance de o índice oficial furar o teto da meta, de 5% ao final deste ano, saltou de 88% para 100%.
A meta estabelecida pelo CVM (Conselho Monetário Nacional) para a inflação em 2022 é de 3,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto (de 2% a 5%). Se confirmada, a expectativa representará o furo do teto da meta pelo segundo ano consecutivo.
Entre os principais fatores da elevação da previsão, o BC cita a inflação observada recentemente maior do que a esperada; a revisão das projeções de curto prazo, a alta do preço do petróleo, a propagação via inércia inflacionária das pressões correntes, o crescimento das expectativas de inflação, os indicadores de atividade econômica mais fortes do que o esperado e a utilização de taxa de juros real neutra maior do que a anterior.
Para 2023., ano em que a inflação estimada figura em 4%, a possibilidade dos preços superaram a meta prevista já é de 29%. Já para 2024, a chance é reduzida para 10%. Os anos têm, até o momento, o teto da meta estimado em, respectivamente, em 3,25% e 3%.