Preços mundiais dos alimentos caem à mínima de 2 anos, diz FAO
Recuo dos preços da maioria das commodities alimentícias compensou altas do arroz e do açúcar, mostra agência da ONU
Economia|Do R7
O índice mundial de preços de alimentos elaborado pela agência das Nações Unidas caiu em agosto para uma nova mínima de dois anos, revertendo a retomada observada no mês anterior, uma vez que o recuo dos preços da maioria das commodities alimentícias compensou os aumentos no arroz e no açúcar.
O índice de preços da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), que acompanha as commodities alimentares mais comercializadas globalmente, atingiu uma média de 121,4 pontos em agosto, em comparação aos 124 pontos no mês anterior, informou a agência nesta sexta-feira (8).
A leitura de julho foi revisada para cima, ante uma estimativa inicial de 123,9 pontos, com uma recuperação em relação à mínima de dois anos registrada em junho. O valor de agosto foi o mais baixo desde março de 2021 e ficou 24% menor na comparação com o recorde histórico atingido em março de 2022, após a invasão da Ucrânia pela Rússia.
A queda no índice geral refletiu declínios nos produtos lácteos, óleos vegetais, carne e cereais, apesar de um salto no benchmark de arroz da FAO para uma alta de 15 anos após as restrições de exportação da Índia, afirmou a agência.
O índice de cereais da FAO caiu 0,7% em relação a julho, uma vez que os preços do trigo diminuíram em função das colheitas no Hemisfério Norte, enquanto o preço do milho foi reduzido pelo sétimo mês consecutivo e atingiu o nível mais baixo em quase três anos, pressionado por uma safra recorde no Brasil e pela aproximação da colheita nos EUA, segundo a agência.
Em contraste, o índice de arroz do órgão subiu quase 10% no mês a mês, já que a decisão da Índia, em julho, de proibir as exportações de arroz branco interrompeu o comércio em um momento de pouca disponibilidade antes das novas colheitas, ressaltou a FAO.
O índice de açúcar da FAO aumentou 1,3% em agosto em relação ao mês anterior, ficando 34% acima do registrado no ano anterior, apoiado por preocupações sobre o impacto do padrão climático El Niño na produção global.
Em um relatório separado sobre a oferta e a demanda de cereais, a FAO previu que a produção mundial de cereais neste ano será de 2,815 bilhões de toneladas, um pouco abaixo da estimativa anterior de 2,819 bilhões. A previsão mais atualizada, no entanto, representa aumento de 0,9% em relação a 2022 e igualou a produção recorde de 2021, disse a agência.