Preços nos supermercados de São Paulo caem pelo 4º mês seguido
Índice de Preços dos Supermercados recuou 0,85% em setembro, a segundo maior baixa dos últimos 15 anos, mostra APAS
Economia|Do R7
O IPS (Índice de Preços dos Supermercados) registrou deflação de 0,85% em setembro, de acordo com dados revelados nesta terça-feira (17) pela APAS (Associação Paulista de Supermercados) em parceria com a Fipe.
O resultado consolida a tendência de queda pelo quarto mês seguido, acumulando deflação de 1,36% no ano, sendo o segundo menor resultado dos últimos 15 anos, superado apenas por 2017, quando registrou deflação de 2,58%.
As categorias que registraram as principais quedas no mês foram os produtos in natura (-2,74%), semielaborados (-1,82%), artigos de limpeza (-0,83%), produtos industrializados (-0,33%) e artigos de higiene e beleza (-0,24%).
Os semielaborados mantiveram a tendência de queda observada nos últimos meses e deflacionaram 1,82% em setembro, refletindo a queda nos preços do leite (-7,08%), da carne bovina (-2,33%), dos pescados (-0,59%), da carne suína (-0,49%) e dos cereais (-0,4%).
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O preço da carne bovina continua em queda em setembro, com tendência deflacionária observada desde o início de 2023 e redução de aproximadamente 15% no ano. Por outro lado, a exceção do mês partiu dos grupos de bebidas alcoólicas e não alcoólicas, que mantiveram os preços inflacionados em 0,61% e 0,63%, respectivamente.
No acumulado em 12 meses, a inflação nos supermercados de São Paulo desacelerou de 1,62% em agosto para 0,72% em setembro. Os destaques na comparação são os alimentos (-0,39%) e os produtos semielaborados (-10,9%).
Preocupações externas
O economista Felipe Queiroz, da APAS, afirma que a associação acompanha com atenção as recentes alterações nas conjunturas econômicas e políticas internacionais e seus reflexos sobre a economia doméstica brasileira.
“Para este ano, projetamos que a inflação da cesta de consumo das famílias nos supermercados paulistas, apesar da volatilidade no cenário externo, deverá encerrar com o menor aumento desde 2017. Essa expectativa está apoiada, sobretudo, na deflação acumulada entre janeiro e setembro e a tendência de baixa ou de alta moderada de importantes itens da cesta de consumo”, explica ele.
Apesar da estimativa, a manutenção da guerra na Ucrânia, o recente ataque do grupo palestino Hamas a Israel e a contraofensiva israelita à Faixa de Gaza, além das profundas alterações climáticas, tendem a produzir efeitos sobre o comportamento dos preços doméstico no próximo ano.
“O petróleo e o gás natural são importantes insumos produtivos e, dada a situação dos países envolvidos direta e indiretamente nos conflitos de guerra na Ucrânia e Israel, os hidrocarbonetos se apresentam como estratégicas armas de negociação geopolítica. A Apas não descarta o cenário de instabilidade na cotação do petróleo e do gás natural a curto e médio prazos, impactando, inclusive, os preços dos fretes e de diferentes insumos produtivos”, afirma Queiroz.