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Prévia indica inflação oficial em 4,71% no ano, acima do teto da meta do governo

Índice que antecede o IPCA perdeu força em dezembro, puxado pela queda dos custos com energia elétrica

Economia|Clarissa Lemgruber, do R7, em Brasília

Maior impacto foi registrado em alimentação e bebidas Arquivo/Agência Brasil

A prévia da inflação, medida pelo IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15), desacelerou na passagem de novembro para dezembro e marcou 0,34%, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (27). Os preços subiram em ritmo menor graças à queda do custo com energia elétrica residencial, agora com tarifária bandeira verde em vigor.

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Mesmo com o ritmo mais lento de aumento de preços de bens e serviços, a prévia indica que a inflação ficou em 4,71% em 2024, acima do teto da meta estipulado pelo próprio governo, de 4,5%. O alvo para o aumento de preços é 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

O IPCA-15 teve uma queda de 0,28 ponto percentual em relação a novembro, quando marcou 0,62%. Para efeitos de comparação, em dezembro de 2023, a taxa foi de 0,4%.

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, cinco tiveram alta em dezembro. A maior variação e o maior impacto positivo vieram de alimentação e bebidas (1,47%). Na sequência, vieram os grupos despesas pessoais (1,36%) e transportes (0,46%). O principal impacto negativo foi observado em habitação (-1,32%).


Os demais grupos ficaram entre os recuos de 0,52% de artigos de residência e a alta de 0,34% de vestuário.

Comida, cigarro e lazer mais caros

No grupo alimentação e bebidas, a alimentação no domicílio registrou variação de 1,56% em dezembro. Contribuíram para esse resultado os aumentos do óleo de soja (9,21%), da alcatra (9,02%), do contrafilé (8,33%) e da carne de porco (8,14%).


No lado das quedas, destacam-se a batata-inglesa, quase 10% mais barata, o tomate (-6,71%) e o leite longa vida (-2,42%).

A alimentação fora do domicílio acelerou de 0,57% em novembro para 1,23% em dezembro. Tanto a refeição (1,34%) quanto o lanche (1,26%) tiveram variações superiores às observadas no mês anterior (0,38% e 0,78%, respectivamente).


Em despesas pessoais (1,36%), o resultado foi influenciado principalmente pela alta do cigarro (12,78%), devido ao aumento da alíquota específica do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) incidente sobre cigarros, a partir de 1º de novembro.

Altas também foram observadas nos subitens cinema, teatro e concertos (2,58%) e cabeleireiro e barbeiro (1,37%).

Conta de luz mais barata

No grupo habitação, a energia elétrica residencial recuou 5,72% em dezembro, em decorrência do retorno da vigência da bandeira tarifária verde, a partir de 1º de dezembro, com a qual não há cobrança adicional nas faturas.

Em novembro, esteve em vigor a bandeira tarifária amarela, que acrescentou R$ 1,885 a cada 100 kWh consumidos. Além disso, o IBGE lembra que foram verificados os seguintes reajustes tarifários:

  • reajuste de 4,97% em Goiânia (-4,87%), a partir de 22 de outubro;
  • redução de 2,98% em Brasília (-7,66%), a partir de 22 de outubro;
  • redução de 2,88% em uma das concessionárias de São Paulo (-6,96%), a partir de 23 de outubro;
  • reajuste de 6,37% em uma das concessionárias de Porto Alegre (-5,79%), a partir de 22 de novembro.

Passagem aérea mais cara

No grupo dos transportes (0,46%), o subitem passagem aérea subiu 4,43% em dezembro. No ano passado, os bilhetes aéreos haviam puxado a inflação para cima, com alta de 47,24% entre janeiro e dezembro de 2023.

O subitem ônibus urbano aumentou 1,2%. Em combustíveis (0,09%), houve aumentos nos preços do etanol (0,8%) e do óleo diesel (0,41%), enquanto a gasolina (-0,01%) e o gás veicular (-0,12%) apresentaram variações negativas.

Por região

Quanto aos índices regionais, nove das 11 áreas de abrangência tiveram alta em dezembro. A maior variação foi observada em Salvador (0,66%), por conta das altas da gasolina (4,54%) e da passagem aérea (15,35%).

Já o menor resultado ocorreu em Brasília (-0,04%), que registrou queda nos preços da energia elétrica residencial (-7,66%) e da gasolina (-3,03%).

Moradores de Belém, Belo Horizonte, Fortaleza, Rio de Janeiro, São Paulo e Goiânia também sentiram impacto dos preços em dezembro, já que tiveram reajustes acima da média brasileira.

Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 13 de novembro a 12 de dezembro de 2024 (referência), e comparados com aqueles vigentes de 12 de outubro a 12 de novembro de 2024 (base).

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