Produção de veículos cresce e vendas caem em setembro
Indústria automotiva produziu 173,3 mil veículos no mês passado e comercializou 155 mil unidades, aponta Anfavea
Economia|Do R7
A indústria de veículos do Brasil teve alta de 5,6% na produção em setembro em relação a agosto, mas as vendas recuaram 10,2% em meio a problemas de oferta gerados pela escassez de componentes, anunciou nesta quarta-feira (6) a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).
De acordo com o levantamento, o setor produziu 173,3 mil carros, comerciais leves, caminhões e ônibus no mês passado e vendeu 155,1 mil unidades. Na comparação com setembro de 2020, quando o setor ainda acelerava para repor produção paralisada pela pandemia meses antes, a produção recuou 21,3%. Já os licenciamentos tombaram 25,3% na mesma comparação.
Enquanto a produção de carros e comerciais leves caiu 24,3% em setembro sobre um ano antes, o número de caminhões montados cresceu 46,5%. O de ônibus segue mostrando apreensão do setor transportador, mostrando baixa 38,8% no volume produzido, segundo a Anfavea.
Com a falta de componentes e a fraqueza dos principais mercados consumidores de veículos fabricados no Brasil, como a Argentina, as exportações de setembro tiveram queda de 22,5% na comparação anual, para 23,6 mil veículos montados. No ano, porém, o saldo exibe expansão de 33,8%, a cerca de 277 mil unidades.
Previsões
Conforme as estimativas do setor, as vendas de novos veículos este ano podem variar de 2,038 milhões a 2,118 milhões, ou seja, com cenários de queda de 1% a crescimento de 3% na comparação com 2020.
A produção, por sua vez, deverá variar entre 2,129 milhões e 2,219 milhões, o que representará um aumento de 6% a 10% quando comparado com o ano anterior. Já as exportações, ficarão em um intervalo de 357 mil a 377 mil unidades, alta esperada entre 10% e 16%.
“Nunca havíamos tido tanta dificuldade em enxergar o cenário em curto prazo na indústria automotiva. As incertezas para garantir a produção de veículos são grandes com a crise de fornecimento global. Estamos presenciando uma procura por parte dos consumidores para compra de novos produtos, mas não temos unidades para atender à demanda”, afirma o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes.