Produção industrial brasileira cai em julho após registrar recorde no mês anterior, diz IBGE
No acumulado dos primeiros sete meses do ano, indústria teve expansão de 3,2%, segundo dados da Pesquisa Industrial Mensal
Economia|Clarissa Lemgruber, do R7, em Brasília
A produção industrial brasileira recuou 1,4% em julho na comparação com o mês anterior, interrompendo a alta registrada em junho, segundo dados da Pesquisa Industrial Mensal divulgados nesta quarta-feira (4) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). No acumulado dos primeiros sete meses do ano, a indústria brasileira teve expansão de 3,2%.
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Em junho, a indústria marcou o resultado positivo (4,3%) mais intenso desde julho de 2020 e eliminou a perda de 1,8% acumulada no período abril-maio de 2024.
No confronto com julho do ano passado, o total da indústria cresceu 6,1%, marcando a segunda taxa positiva consecutiva e a expansão mais intensa desde abril de 2024 (8,4%).
Já no acumulado nos últimos 12 meses, a produção industrial avançou 2,2% em julho, permanecendo com taxa positiva e intensificando o ritmo de crescimento em relação aos resultados de junho (1,5%) e de maio de 2024 (1,2%).
Em julho, duas das quatro grandes categorias econômicas e somente 7 dos 25 ramos industriais pesquisados mostraram recuo na produção. Entre as atividades, as influências negativas mais importantes foram assinaladas por produtos alimentícios (-3,8%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-3,9%) e indústrias extrativas (-2,4%).
Vale destacar também a influência negativa registrada pelo setor de celulose, papel e produtos de papel (-3,2%).
Por outro lado, entre as 18 atividades que apontaram expansão na produção, veículos automotores, reboques e carrocerias, ao assinalar 12% em julho de 2024, exerceu o principal impacto na média da indústria e intensificou o ritmo de crescimento frente ao resultado de junho (4,8%).
Outras contribuições positivas relevantes sobre o total da indústria vieram de produtos de:
• metal: (8,4%)
• produtos diversos: (18,8%)
• produtos químicos: (2,7%)
• artefatos de couro, artigos para viagem e calçados: (12,1%)
• máquinas e equipamentos: (4,2%)
• impressão e reprodução de gravações: (23,4%)
• produtos de borracha e de material plástico: (3,5%)
• outros equipamentos de transporte: (9%)
• máquinas, aparelhos e materiais elétricos: (5,1%)
• confecção de artigos do vestuário e acessórios: (5,5%).
Entre as grandes categorias econômicas, ainda na comparação com o mês imediatamente anterior, bens de consumo semi e não duráveis (-3,1%) assinalou a taxa negativa mais elevada em julho de 2024 e eliminou parte do crescimento de 4,5% registrado no mês anterior.
Julho de 2024 x julho de 2023
Na comparação com igual mês do ano anterior, o setor industrial assinalou expansão de 6,1% em julho de 2024, com resultados positivos em todas as quatro grandes categorias econômicas, 21 dos 25 ramos, 60 dos 80 grupos e 67,3% dos 789 produtos pesquisados.
O IBGE destacou que julho de 2024 (23 dias) teve 2 dias úteis a mais do que igual mês do ano anterior (21).
Entre as atividades, as principais influências positivas foram registradas por veículos automotores, reboques e carrocerias (26,8%) e produtos químicos (10,5%).
Os resultados foram impulsionados, em grande medida, pela maior produção dos itens automóveis, autopeças, caminhão-trator para reboques e semirreboques, veículos para o transporte de mercadorias e caminhões, na primeira; e fungicidas para uso na agricultura, tintas e vernizes para construção, desinfetantes, herbicidas para plantas, fertilizantes químicos das fórmulas NPK, inseticidas para uso na agricultura, polietileno linear, etileno não saturado e poliestireno, na segunda.