Quatro em cada 10 brasileiros foram vítimas de golpes, mostra pesquisa
Do total, 57% tiveram perda financeira de R$ 2.288 em média, ou quase um mês e meio de trabalho de quem ganha um salário-mínimo
Economia|Do R7
Quatro em cada 10 pessoas já sofreram fraude no Brasil (42%). Desses, 57% tiveram perda financeira de R$ 2.288 em média, o que equivale a quase um mês e meio de trabalho de quem ganha um salário-mínimo. Já para as empresas, a preocupação sobre a recorrência de golpes aumentou 58% em um ano. Os dados fazem parte do Relatório de Identidade Digital e Fraude 2024, divulgado pela Serasa Experian nesta terça-feira (25), durante o vento Febraban Tech.
Os tipos de golpes mais relatados pelos consumidores foi o de “uso de cartões de crédito por terceiros ou cartão falsificado” (39%) e falsificações de boleto ou Pix (32%).
Segundo a pesquisa, do total de 42% das pessoas que sofreram fraudes, o percentual cresce mais na classe B, onde o mesmo índice atinge 46%; e diminui na classe C, que apresenta índice de 35% das pessoas se identificando como vítimas de golpes.
“Os criminosos visam brasileiros com maior poder aquisitivo para ampliar seus ganhos, mas a fraude ocorre em qualquer faixa de renda”, explica Caio Rocha, diretor de autenticação e prevenção à fraude da Serasa Experian.
Em relação à faixa etária, as pessoas acima de 50 anos aparecem com o maior índice de fraude (48%). Não há diferenças significativas entre as regiões do Brasil, mas há um índice maior de vítimas no interior (46%) do que nas capitais e regiões metropolitanas (40%).
Fraudes com meios de pagamento e vazamento de dados são os mais temidos pelas pessoas e apenas 2% disseram que não temem sofrer golpes.
“O avanço tecnológico é um ganho irrefutável para todos, mas, na mesma medida, os criminosos também se aprimoram para aproveitar as brechas dos consumidores, além dos sistemas que as empresas eventualmente deixam. Tanto consumidores quanto empresas devem estar vigilantes e utilizar todas as ferramentas disponíveis para proteger suas informações e transações”, afirma Caio Rocha, .
“Por não existir uma bala de prata que blinde toda e qualquer transação, apenas a proteção em camadas é capaz de garantir a segurança de todos. Alguns exemplos são a biometria facial, a análise de risco de dispositivo, a verificação de documentos, o Cadastro ‘Know Your Costumer’ (KYC), entre outros. O monitoramento contínuo, a autenticação multifator e o uso inteligente das tecnologias são essenciais para garantir a integridade das operações, o crescimento sustentável dos negócios e, ao mesmo tempo, prevenir fraudes”, acrescenta o diretor.
O “Relatório de Identidade Digital e Fraudes 2024″ também procurou ouvir as companhias sobre golpes e 58% das empresas afirmam que a preocupação com esse tópico aumentou entre 2022 e 2024. A alta foi ainda maior na visão por portes: com as grandes empresas, esse índice sobe para 68%.
Elas são as mais conscientes sobre a importância da prevenção contra criminosos: “Proteção de Operações Fraudulentas”, em 2024, é o segundo foco das companhias (35%), atrás apenas de “Conquistar Mais Clientes” (45%).
Foram coletadas 804 entrevistas via painel online entre os dias 7 e 22 de novembro de 2023 com pessoas físicas, das quais 45% são da região Sudeste, 26% da Nordeste, 15% da Sul, 8% da Norte e 7% da Centro-Oeste e sendo 51% homens e 49% mulheres.
A margem de erro do estudo é de 3,5%, com intervalo de confiança de 95%.