A saúde financeira da população interfere diretamente na vida dos brasileiros. De acordo com pesquisa divulgada pelo Instituto Locomotiva, o incômodo com o endividamento afeta 92% da população inadimplente, dos quais quase nove de cada dez (86%) afirmam que a situação resulta em noites maldormidas.
Enquanto a parcela dos que dizem que o endividamento tira o seu sono subiu cinco pontos percentuais entre 2022 e 2023, o percentual que afirma que as dívidas afetam o seu estado emocional saltou de 84% para 91%.
Segundo o Raio-X dos Brasileiros em Situação de Inadimplência, 88% também afirmam que a condição de endividado impacta a sua autoestima, índice superior aos 81% registrados no ano passado. Outros 84% declaram que as dívidas abalam sua felicidade, ante 82%.
Luiz Sakuda, diretor de Inovação e Marketing na MFM Tecnologia, observa que os dados reforçam a percepção de que o impacto psicossocial do endividamento continua como uma preocupação central para a maioria dos brasileiros com contas em atraso.
"Isso mostra a importância de combater a inadimplência não apenas do ponto de vista de seus impactos na economia, mas também sociais. É nesse sentido que é preciso avançar com ações de educação financeira, além de facilitar as negociações das dívidas com melhores condições de pagamento", defende Sakuda.
Otimismo
O estudo mostra ainda que 39% dos brasileiros inadimplentes agora têm certeza de que conseguirão quitar suas dívidas, um expressivo aumento em comparação aos 25% registrados em 2022.
Para Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva, a virada na confiança dos inadimplentes coincide com um período em que houve grande discussão a respeito do Desenrola Brasil, programa de renegociação de dívidas lançado pelo governo federal.
"A forte inflação de alimentos e itens básicos que enfrentávamos no ano passado também perdeu força. Tudo isso contribui para essa retomada da confiança dos inadimplentes", diz Meirelles.
Entenda o Programa Desenrola Brasil
Programa Desenrola Brasil