Secretário do Tesouro vê 'espaço reduzido' para retorno do auxílio
Após divulgação de alta recorde na dívida, Bruno Funchal avalia que cenário das contas públicas é pior do que no início de 2020
Economia|Do R7
O secretário do Tesouro Nacional, Bruno Funchal, afirmou nesta quarta-feira (27) que o "espaço" para a concessão de novas parcerlas do auxílio emergencial é "extremamente reduzido". Ele comentou o tema em entrevista coletiva após apresentação dos dados da dívida pública recorde de 2020 e projeções para 2021.
"O espaço para novas medida é extremamente reduzido. O cenário é totalmente diferente do ano passado", afirmou Funchal.
Ele comparou os cenários e falou que, no início do ano passado, a necessidade de financiamento por parte do governo, ou seja, de buscar recursos especialmente pela emissão de títulos públicos para cobrir o déficit nas contas, era de aproximadamente R$ 1 trilhão, e a dívida equivalia a 75% do PIB (Produto Interno Bruto).
Agora, após aumento significativo de despesas em 2020 no combate à pandemia, a dívida bruta de todo o setor público, incluindo estados e municípios, já representa 90% do PIB - R$ 6,5 trilhões. E a necessidade de financiamento para cobrir o que não é arrecadado com impostos é de R$ 1,6 trilhão, o que deixa o caixa do governo apertado.
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A fala é mais contra a possibilidade do retorno do auxílio emergencial. Na terça (26), o presidente Jair Bolsonaro descartou a volta dos pagamentos realizados pela Caixa a trabalhadores informais.
"Não vamos deixar que medidas temporárias relacionadas com a crise se tornem compromissos permanentes de despesa, nosso objetivo é passar da recuperação baseada no apoio ao consumo para um crescimento sustentável", afirmou em um evento do Credit Suisse no qual participou por meio de videoconferência ao lado do ministro da Economia, Paulo Guedes, e do titular da pasta das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.