Setor de serviços cresce pelo segundo mês seguido e avança 8,8% no primeiro semestre
Volume do segmento mais importante da economia nacional renova o maior nível desde 2015 e figura 7,5% acima do patamar pré-pandemia, afirma IBGE
Economia|Do R7
O setor de serviços manteve a trajetória positiva dos últimos meses e cresceu 0,7% em junho, a quarta alta apurada desde janeiro, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (11) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Com a variação, o setor mais importante da economia, responsável por cerca de 70% do PIB (Produto Interno Bruto) — soma de todos bens e serviços produzidos no país —, fecha o primeiro semestre de 2022 com alta de 8,8%, na comparação com o mesmo período ano passado.
Os dados mostram ainda que o volume de serviços prestados no Brasil figura 7,5% acima do nível registrado em fevereiro de 2020, o último mês sem os efeitos da pandemia do novo coronavírus na economia nacional, e 3,2% abaixo do ponto mais alto da série histórica, alcançado em novembro de 2014.
No acumulado dos últimos 12 meses, o setor de serviços perde ritmo, ao passar de 11,7%, em maio, para 10,5%, em junho de 2022. “Essa desaceleração vem sendo observada desde abril, quando estava em 12,8%, indicando uma queda do efeito de base deprimida", explica Luiz Almeida, analista da pesquisa.
Já na comparação com junho de 2021, o volume do setor de serviços teve alta de 6,3% em junho de 2022, registrando a 16ª taxa positiva seguida, segundo a PMS (Pesquisa Mensal de Serviços), com a expansão de quatro das cinco atividades analisadas.
Atividades
No mês de junho, o destaque ficou por conta do setor de transportes, com alta de 0,6%, o que levou a atividade a aparecer 16,9% acima do patamar pré-pandemia, ultrapassando esse nível em maio de 2021 e se mantendo acima dele desde então. No semestre, o segmento também foi o que mais contribuiu para a alta.
"O setor foi beneficiado inicialmente pelo aumento do transporte de cargas, muito disso devido ao aumento observado nas vendas online durante a pandemia, o que gerou impacto na cadeia logística, e, posteriormente, a recuperação do transporte de passageiros ajudou a impulsionar o setor", afirma Almeida.
Os serviços profissionais, administrativos e complementares, com alta de 0,7%, também se destacaram positivamente, com o aumento das atividades relacionadas à organização, promoção e gestão de feiras, congressos e convenções; atividades técnicas relacionadas à arquitetura e engenharia; serviços de engenharia; e vigilância e segurança privada.
Em seguida, o setor de outros serviços teve alta de 0,8%, com destaque para as corretoras de títulos e valores mobiliários e administração de fundos por contrato ou comissão. O setor se encontra 2% acima do nível de fevereiro de 2020.
Os serviços prestados às famílias, por sua vez, tiveram alta de 0,6%, com destaque para os serviços de artes cênicas e espetáculos, bem como para a gestão de instalações esportivas. A alta é insuficiente para colocar o setor acima do patamar pré-pandemia. "O ponto mais baixo [da série] foi em abril de 2020. Esta já é a quarta taxa positiva seguida, acumulando 9,3% de alta após uma queda acumulada de de 1,1% nos dois primeiros meses do ano”, diz Almeida ao citar a recuperação da atividade.
Na passagem de maio para junho, o único setor em queda foi o de informação e comunicação (-0,2%), puxado por portais, provedores de conteúdo e outros serviços de informação na internet. Segundo Almeida, “o setor de tecnologia da informação, nesse mês, teve uma pequena queda, mas ao longo dos últimos meses vem mostrando recordes de patamar, tendo atingido seu nível mais alto em maio de 2022”.