Setor de serviços cresce pelo segundo mês seguido, indica IBGE
Indicador se encontra 15,4% acima do nível de fevereiro de 2020 (pré-pandemia) e renova o ponto mais alto da série
Economia|Clarissa Lemgruber, do R7, em Brasília
O setor de serviços, responsável por cerca de 70% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional, cresceu 1,2% em julho, segundo resultado positivo seguido. Nos primeiros sete meses do ano, o setor acumulou ganho de 1,8%. Em 12 meses, o setor mostrou ganho de dinamismo ao passar de 0,8% em junho para 0,9% em julho de 2024. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (11) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Leia mais
O setor de serviços se encontra 15,4% acima do nível de fevereiro de 2020 (pré-pandemia) e renova o ponto mais alto da sua série.
O resultado positivo de julho foi acompanhado por três das cinco atividades de divulgação investigadas, com destaque para os avanços de profissionais, administrativos e complementares (4,2%) e de informação e comunicação (2,2%), que acumularam ganhos, nos dois últimos meses, de 6,5% e de 3,8%, respectivamente.
A outra expansão veio de outros serviços (0,2%), que recupera pequena parcela da perda acumulada entre maio e junho (-0,8%).
Em contrapartida, o setor de transportes (-1,5%) exerceu o principal impacto negativo sobre o total do volume de serviços, seguido pelos prestados às famílias (-0,2%).
Todos os meses, quando a PMS é divulgada, o IBGE atualiza o resultado do mês anterior. Em julho, por exemplo, o instituto divulgou que o indicador de maio ficou estável. Neste mês, o valor foi atualizado para uma queda de 0,5%.
Julho de 2023 X julho de 2024
Em comparação com julho do ano passado, o volume do setor de serviços apontou expansão de 4,3%, segundo resultado positivo seguido. O avanço deste mês foi acompanhado por quatro das cinco atividades de divulgação e contou ainda com crescimento em 60,8% dos 166 tipos de serviços investigados.
Entre os setores, os de informação e comunicação (9,8%) e os profissionais, administrativos e complementares (9,1%) exerceram os principais impactos positivos. Os demais avanços vieram de outros serviços (6,0%) e dos serviços prestados às famílias (2%).
Em sentido oposto, os transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-1,7%) exerceram a única influência negativa.
Resultado por estado
Regionalmente, em comparação com junho, 14 das 27 Unidades da Federação assinalaram expansão no volume de serviços em julho, acompanhando o avanço observado no resultado do Brasil (1,2%).
Entre os locais que apontaram taxas positivas nesse mês, o impacto mais importante veio de São Paulo (2,4%), seguido por Distrito Federal (14,8%), Rio de Janeiro (0,6%), Minas Gerais (0,9%) e Rio Grande do Sul (1,5%).
Em contrapartida, Espírito Santo (-2,3%), Mato Grosso (-1,7%) e Paraná (-0,2%) exerceram as principais influências negativas do mês.
Queda no turismo
Em julho de 2024, o índice de atividades turísticas apontou queda de 0,9% em comparação com o mês imediatamente anterior, após ter avançado 3,4% em junho. Com isso, o segmento de turismo se encontra 6,8% acima do patamar de fevereiro de 2020 e 1% abaixo do ponto mais alto da série, alcançado em fevereiro de 2014.
Regionalmente, apenas 6 dos 17 locais pesquisados acompanharam este movimento de queda. As influências negativas mais relevantes ficaram com Rio de Janeiro (-3,5%) e Bahia (-5,8%).
Em sentido oposto, Rio Grande do Sul (12,2%), Minas Gerias (2,1%) e São Paulo (0,3%) apontaram os principais avanços no mês.
Indicador de turismo foi ampliado de 12 para 17 locais
Esta é a primeira divulgação do indicador de atividades turísticas da PMS após sua ampliação de 12 para 17 locais pesquisados. Agora, o levantamento engloba também os estados do Amazonas, Pará, Rio Grande do Norte, Alagoas e Mato Grosso. Além deles, também são investigados Ceará, Bahia, Pernambuco, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Goiás e Distrito Federal.
Transportes de passageiros e de cargas caem em julho
Em julho de 2024, o volume de transporte de passageiros no Brasil registrou queda de 2,3% frente a junho, na série com ajustes sazonais, após ter avançado 6,1% no mês anterior.
Dessa forma, o segmento se encontra, nesse mês de referência, 0,7% abaixo do nível de fevereiro de 2020 (pré-pandemia) e 23,2% abaixo de fevereiro de 2014 (ponto mais alto da série histórica).
Por sua vez, o volume do transporte de cargas apontou retração de 0,8% em julho de 2024 na comparação com o mês anterior, após ter mostrado acréscimo de 0,4% em junho.
Dessa forma, o segmento se situa 7,6% abaixo do ponto mais alto de sua série (julho de 2023). Com relação ao nível pré-pandemia, o transporte de cargas está 32,4% acima de fevereiro 2020.