Setor de serviços fica estável em novembro de 2022, segundo mês sem crescimento
Resultado mantém segmento mais importante da economia em um nível 10,7% acima do período pré-pandemia, mostra IBGE
Economia|Do R7
Depois de interromper a sequência de cinco altas e perder o maior patamar da história em outubro, o volume de serviços prestados no Brasil registrou estabilidade (0%) em novembro de 2022, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (12) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O resultado faz o setor, responsável por cerca de 70% do PIB (Produto Interno Bruto) — soma de todas as riquezas finais produzidas no país —, figurar em um nível 10,7% acima do patamar pré-pandemia. Ainda assim, o ramo não recupera o recorde histórico alcançado em setembro do ano passado.
Luiz Almeida, analista responsável pela PMS (Pesquisa Mensal de Serviços), o resultado de novembro pode ser lido como uma perda de fôlego frente aos avanços registrados nos meses anteriores. "Vale lembrar que, de março a setembro, o índice acumulou um crescimento de 5,8%", afirma ele.
"Ainda é cedo para falarmos se estamos diante de um ponto de inflexão da trajetória. De todo modo, é importante notar que os principais pilares que vinham mostrando dinamismo e ajudando o índice a chegar a sua máxima histórica — os setores de tecnologia da informação e transporte de cargas — tiveram uma desaceleração em seu crescimento”, completa Almeida.
Na comparação com novembro de 2021, o volume de serviços avançou 6,3% e registrou a 21ª taxa positiva seguida e crecimento em todas as atividades. Em termos acumulados, de janeiro a novembro de 2022, a taxa ficou em 8,5%. Já no acumulado nos últimos 12 meses, o setor perdeu dinamismo, ao passar de 9% para 8,7%. O resultado desse mês é o menos intenso desde outubro de 2021, quando apresentou taxa de 8,1%.
Atividades
Em novembro, três das cinco áreas investigadas pelo IBGE recuaram, com destaque para serviços de informação e comunicação, que registrou queda de 0,7% e eliminou parte do ganho acumulado no período julho-outubro (5,1%).
O segundo impacto negativo no índice veio dos outros serviços, com queda de 2,2%, o que eliminou boa parte do avanço de 2,8% registrado em outubro. Já o terceiro impacto foi dos serviços prestados às famílias, com queda de 0,8%, segundo resultado negativo seguido e perda acumulada de 2,1%.
“As principais influências negativas do setor de outros serviços vieram das atividades de pós-colheita e serviços financeiros auxiliares. Já para os serviços prestados às famílias, os setores que mais contribuíram para a queda foram restaurante e hotéis. Cabe notar que o setor ainda é o único que se encontra abaixo do período pré-pandemia, 6,7% abaixo do patamar de fevereiro de 2020”, diz Almeida.
Por outro lado, a área de transportes teve variação positiva de 0,3% e exerceu a principal contribuição positiva do mês, ao interromper duas quedas consecutivas, período em que havia acumulado perda de 2%. Já o setor de serviços profissionais, administrativos e complementares variou 0,2%, com ligeiro acréscimo, após ter recuado 0,9% em outubro.
Já o índice de atividades turísticas diminuiu 0,1% frente a outubro, segundo resultado negativo seguido, período em que acumula perda de 2,7%. Com isso, o segmento de turismo ainda se encontra 2,5% abaixo do patamar de fevereiro de 2020 e 9,6% abaixo do ponto mais alto da série, alcançado em fevereiro de 2014.