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Setor público tem superávit primário de R$ 3,5 bi em fevereiro

O resultado em 12 meses alcançou um superávit de R$ 123,4 bilhões, o que corresponde a 1,4% do PIB

Economia|Do R7

É o melhor resultado em 10 anos para o mês
É o melhor resultado em 10 anos para o mês

O setor público consolidado brasileiro registrou um saldo positivo primário de R$ 3,4 bilhões em fevereiro, informou o Banco Central nesta segunda-feira (2), no melhor resultado para o mês em dez anos, superando projeções de mercado.

Em pesquisa Reuters, a expectativa era de um déficit primário de R$ 8,6 bilhões no mês.

Com o saldo positivo, o resultado em 12 meses alcançou um superávit de R$ 123,4 bilhões, o que corresponde a 1,4% do PIB (Produto Interno Bruto) — soma de todos os bens e serviços produzidos no país —, o melhor resultado desde abril de 2014.

O dado engloba as contas de governo central (governo federal, Banco Central e INSS), Estados, municípios e empresas estatais e não inclui as despesas com juros.


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O número de fevereiro foi impulsionado pelos saldos dos governos regionais, que vêm registrando ganhos de arrecadação com a retomada da atividade e o salto nos preços de combustíveis, além de um aumento nas transferências de recursos feitas pela União.

Os entes foram superavitários em R$ 20,1 bilhões em fevereiro. Foi o maior saldo para o mês da série histórica iniciada em 2002, e o segundo melhor resultado para todos os meses, perdendo apenas para setembro de 2021, quando o superávit ficou em R$ 27,3 bilhões.


Desse montante, o saldo dos Estados ficou positivo em R$ 15,5 bilhões, enquanto os municípios ficaram no azul em R$ 4,6 bilhões.

As empresas estatais tiveram superávit de R$ 2,4 bilhões no período.


Por outro lado, o governo central ficou no vermelho, com déficit de R$19,1 bilhões. Apesar de negativo, o dado mostrou uma melhora em relação a fevereiro de 2021, quando houve um déficit de R$22,5 bilhões.

De acordo com o chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, a melhora nos resultados fiscais vem sendo construída mês a mês. Segundo ele, não houve nenhum evento extraordinário em fevereiro para impulsionar os números de maneira atípica.

"Essa trajetória tem se consolidado fundamentalmente com maiores receitas e controle das despesas", disse.

A dívida bruta do país ficou em 79,2% do PIB em fevereiro, contra 79,5% em janeiro. A dívida líquida foi a 57,1%, ante 56,6% no mês anterior.

Em relação ao gasto com juros nominais, o total do mês ficou em R$ 26 bilhões. No ano, o dado atingiu R$ 422,5 bilhões, equivalente a 4,78% do PIB, com o déficit nominal do setor público somando 3,38% do PIB. A nota foi apresentada pela autoridade monetária com aproximadamente um mês de atraso.

A divulgação de indicadores pelo BC tem sido comprometida pela mobilização de servidores que pressionam o governo por reajustes salariais. A categoria aprovou a retomada da greve a partir de terça-feira (03).

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