Tarifaço derruba preços de café, carnes, pescados e uva após freio nas exportações aos EUA
Alta oferta no mercado interno pressiona preços de alimentos, que recuam na prévia da inflação após restrições impostas pelos EUA
Economia|Do R7, em Brasília
RESUMO DA NOTÍCIA
Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

A redução nas exportações de alimentos brasileiros para os Estados Unidos, após a aplicação de tarifas por parte do governo norte-americano, já começa a impactar os preços no mercado interno. Com mais oferta de produtos nos supermercados, a prévia da inflação de julho, medida pelo IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15), apontou queda nos preços de carnes, pescados, uvas e café.
A uva foi um dos principais destaques entre os alimentos, com queda de 4,28% no mês. Em seguida, aparecem os pescados, que recuaram 2,03%. Já o café moído e as carnes registraram redução de 0,36% cada, segundo o indicador divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
LEIA TAMBÉM
A entrada de produtos que deixaram de ser embarcados ao exterior pressiona o mercado interno e, em alguns casos, reduz os preços ao consumidor final.
Itens perecíveis, como peixes, frutas e carnes, acabam sendo redirecionados para o varejo doméstico para evitar perdas. Já produtos com maior capacidade de estocagem, como o café, podem ser armazenados por mais tempo antes de chegar às gôndolas.
Os dados de julho refletem um momento pontual do setor, em meio às restrições impostas pelo governo dos Estados Unidos, que tiveram início nesta quarta-feira (6).
Preocupação do agro
Entidades do agronegócio têm manifestado preocupação com os impactos das barreiras comerciais e defendem a retomada das negociações para garantir previsibilidade e acesso aos mercados internacionais.
Um levantamento recente elaborado por representantes do agronegócio brasileiro alerta que, com as tarifas, o setor pode perder até US$ 5,8 bilhões em receita.
Em 2024, o Brasil exportou US$ 12,1 bilhões em produtos agropecuários para os Estados Unidos, um volume que vem sendo impactado pela volatilidade tarifária. Com uma elevação de 50% nas tarifas, a projeção é de uma queda de até 48% em seu valor de importação.
Entre os itens que não receberão a tarifa, estão suco de laranja, aviões comerciais, combustíveis, petróleo e minério de ferro. Commodities brasileiras com grande fluxo comercial para os Estados Unidos, como carne bovina, café e cacau, não foram incluídas nas exceções e serão taxadas em 50%.
Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp
