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TCU suspende exigência de governo buscar centro da meta fiscal em 2025

Medida afasta, ao menos por ora, o risco de um bloqueio adicional de até R$ 31 bilhões no Orçamento deste ano

Economia|Da Agência Brasil

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • TCU suspende exigência de meta fiscal de déficit zero para 2025, aliviando risco de bloqueio de R$ 31 bilhões no Orçamento.
  • Decisão atende argumento da AGU sobre a interpretação da norma e permite ao governo trabalhar com limite inferior da meta.
  • Ministro justifica decisão pela impossibilidade prática de impor novo contingenciamento sem prejudicar políticas públicas essenciais.
  • Medida gera debate sobre credibilidade das metas fiscais e ocorre em meio a negociações da LDO e manutenção de programas prioritários.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Isso permite à União trabalhe com o limite inferior da meta, um déficit de até R$ 31 bilhões Marcello Casal Jr/Agência Brasil/Arquivo

O TCU (Tribunal de Contas da União) aceitou nesta quarta-feira (15) recurso da AGU (Advocacia-Geral da União) e suspendeu a exigência de que o governo federal busque o centro da meta fiscal para 2025, que é déficit zero.

A medida, tomada de forma monocrática pelo ministro Benjamin Zymler, afasta, ao menos por ora, o risco de um bloqueio adicional de até R$ 31 bilhões no Orçamento deste ano.


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Em setembro, os ministros do TCU haviam emitido um alerta de que o governo que deveria perseguir o resultado central da meta de resultado primário, considerado um sinal de compromisso com a responsabilidade fiscal.

A AGU, no entanto, argumentou que a interpretação mais adequada da norma seria o cumprimento dentro da banda de tolerância — que admite variação de 0,25% do PIB (Produto Interno Bruto) para cima ou para baixo.


Na prática, isso permite à União trabalhar com o limite inferior da meta, um déficit de até R$ 31 bilhões.

“Grave risco” às políticas públicas

Ao acolher o recurso, Zymler justificou sua decisão pela “impossibilidade prática” de impor novo contingenciamento neste ano e pelo “grave risco” que um bloqueio adicional do Orçamento representaria para a execução de políticas públicas essenciais.


O ministro destacou ainda que o tema envolve “matéria inédita e complexa”, com divergências de entendimento técnico tanto dentro do Executivo quanto no próprio tribunal.

Na prática, a decisão de Zymler permite que o governo mire um déficit primário de R$ 31 bilhões no Orçamento de 2025.


O governo sustentou que a imposição do TCU comprometeria o funcionamento da máquina pública e paralisaria programas estratégicos, sobretudo em áreas sociais e de investimento.

O relator acatou o argumento e concedeu efeito suspensivo até o julgamento definitivo do caso pelo plenário do tribunal, previsto para 2026.

Questionamentos sobre arcabouço

A decisão alivia de forma imediata a pressão sobre as contas federais e assegura maior previsibilidade à execução orçamentária de 2025.

No entanto, diversos economistas alertam para os efeitos simbólicos da medida sobre a credibilidade das metas estabelecidas pelo arcabouço fiscal.

A controvérsia traz o debate sobre a definição de qual seria o “alvo” correto da política fiscal: o centro da meta, como defendia o TCU, ou o intervalo de tolerância previsto em lei, como sustenta o governo.

A decisão de Zymler, ao dar razão à AGU, sinaliza uma mudança de entendimento que favorece a interpretação mais ampla e pragmática da regra.

O governo alega que o pacote de corte de gastos aprovado pelo Congresso no fim do ano passado acabou com o “dever de execução” do Orçamento, permitindo que o governo mirasse qualquer valor dentro da banda de tolerância do arcabouço fiscal.

Ainda que temporária, a medida tem implicações políticas relevantes sobre o marco fiscal do governo.

Ela ocorre em meio às negociações da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) e ao esforço do governo em manter a execução de programas prioritários sem novos cortes.

No Congresso e no TCU, porém, o debate sobre a necessidade de preservar a disciplina fiscal continuará em 2026.

O tribunal pode determinar a perseguição do centro da meta para o próximo ano, estipulada em superávit primário de R$ 34,3 bilhões.

Caso continue a permitir à equipe econômica mirar o piso da meta, o governo poderá terminar o próximo ano com déficit zero, dentro da margem de tolerância de 0,25% do PIB.

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