Venda de combustíveis sobe e aumenta lucro de distribuidoras
Diesel deve fechar o ano com 7% a mais de procura; gasolina e etanol podem superar em 6% números registrados em 2020
Economia|Marcos Rogério Lopes, do R7
A disparada no preço dos combustíveis não é uma notícia ruim para todos os brasileiros. Com a retomada da economia, as vendas subiram e os lucros das distribuidoras não param de aumentar.
A EPE (Empresa de Pesquisa Energética), estatal do governo federal, projeta que o país vai fechar 2021 com crescimento de 7,6% na venda de óleo diesel, de 7,9% na de gasolina e de 23% na do combustível usado na aviação, o QAV. Todas as comparação levam em consideração os números de 2020.
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Na contramão, o etanol hidratado e o GLP devem terminar o ano vendendo menos, o que explica em parte a disparada do preço do etanol nas bombas, com aumento mais acelerado que o da gasolina.
A Vibra, nome da antiga BR, é a maior distribuidora de combustíveis do Brasil e teve lucro líquido 78,5% superior no terceiro trimestre deste ano, na comparação com 2020, com R$ 598 milhões de faturamento.
Em relação ao trimestre anterior, houve ganho de 56,5%. A companhia foi privatizada em 2019, em uma das primeiras ações do governo do presidente Jair Bolsonaro.
Segundo a Vibra, que detém 29,1% de participação no mercado, o período de junho a setembro teve 16,6% mais vendas que de abril a maio, com 10,3 bilhões de litros de combustíveis comercializados.
Na comparação anual, houve 9% mais mais vendas que em 2020. Os principais destaques foram o óleo combustível, usado em usinar térmicas, que teve aumento de 231%, e o QAV, da aviação (+108%).
Nos postos de gasolina, a procura por diesel foi 7% maior, enquanto a gasolina e o etanol foram 6% mais comercializados.
Razões para o aumento nas vendas
Na avaliação da EPE, "o mercado brasileiro de combustíveis segue a sua trajetória de recuperação, mantendo-se acima dos níveis pré-pandemia desde junho de 2021".
A empresa responsável pelos dados de energia diz ainda que o diesel teve papel fundamental na elevação das vendas, o que se explica pelo "forte desempenho do setor agropecuário, da mineração e do comércio eletrônico".
A EPE justifica a queda na venda de etanol dizendo que o "bom momento do açúcar no mercado internacional" e a queda na produção de cana-de-açúcar por causa de geadas ou da falta de chuvas têm dificultado a chegada do produto aos postos do Brasil.
Para 2022, a estatal acredita que a evolução da retomada da atividade econômica vai aumentar em 1% o uso de óleo diesel e 1,1% o de gasolina.
Após a baixa em 2021, o etanol deve vender 6,7% mais. O QAV, segundo a projeção, continuará em alta, com 31% a mais de procura, e o GLP subirá 0,9%.