Pedro: saudade da escola
Arquivo PessoalAula online é uma realidade para a maioria dos estudantes brasileiros. Em São Paulo, alunos da rede pública e privada estão em casa desde o meio de março por causa da quarentena para o combate ao coronavírus e tão cedo não devem voltar para os colégios. Mas, como os adolescentes estão lidando com esse momento? O que acham dessa experiência?
Para Pedro Henrique Marques, de 12 anos, o lado bom da quarente é estar perto dos pais. "Estamos em casa juntos, normalmente eles estão trabalhando fora, mas, ao mesmo tempo, eu queria voltar para a escola", diz. O lado ruim está na adaptação à nova rotina.
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Pedro acompanha as vídeo aulas durante a parte da manhã e faz as atividades propostas todos os dias, mesmo assim, está estranhando o novo processo. "Não rende tanto como na escola, não é a mesma coisa, às vezes fico com dúvidas, o professor de matemática fez uma live no Zoom (aplicativo de conferência) e foi mais interessante porque pudemos participar mais", conta.
Leonardo: muito tempo em casa
Arquivo PessoalLeonardo Lima Coelho, 13 anos, se sente "entendiado". "Eu nunca fiquei tanto tempo em casa sem poder sair", desabafa.
Leonardo segue com as aulas das 7h ao meio-dia. "Acho ótima a ideia de ter aula online, no começo foi um pouco difícil, os professores estavam meio enrolados, agora tudo está funcionando bem", avalia.
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Apesar das lições e tarefas, sobra tempo. "Fico à toa na parte da tarde e a noite eu treino, faço atividades físicas em casa mesmo."
Esse tempo livre é usado pelo estudante do ensino médio, Arthur Borges Cantanzano, para estudar para o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) e para os vestibulares. Aluno da rede pública, Arthur costumava dividir o tempo entre as aulas da escola e o cursinho.
"No começo foi difícil organizar a rotina, a minha escola suspendeu as aulas e agora estamos de férias, mas o cursinho continua com o conteúdo online".
Arthur organizou uma planilha de estudos
Arquivo PessoalArthur ainda está se habituando a lidar com o novo formato de aula. "Estou acostumado a ter o professor por perto, tirar as dúvidas na hora, agora preciso entrar na plataforma, fora que em casa tem mais distrações, levei um tempo para me organizar."
Para não se perder, o vestibulando organizou uma planilha com os horários das aulas e estipulou uma rotina de estudos com pequenos intervalos ao longo do dia para descansar.
"Eu me sinto um pouco perdido diante de tudo isso e estou muito preocupado com o que vai ser quando tudo voltar ao normal, o tempo que vai levar para tudo estabilizar."