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Conheça a 1º colocada em medicina na USP de cotistas de escola pública

Clara Menegucci Lougon é capixaba, tem 19 anos de idade e fez ensino médio no Instituto Federal do Espírito Santo. Ela ainda aguarda a Unicamp

Educação|Ugo Sartori, do R7*

Carla Menegucci, foi aprovada em 1º lugar, em medicina na USP
Carla Menegucci, foi aprovada em 1º lugar, em medicina na USP

A capixaba Clara Menegucci Lougon, de 19 anos, passou em primeiro lugar em medicina na USP (Universidade de São Paulo) entre os outros cotistas de escolas públicas.

Clara fez o ensino médio no IFES (Instituto Federal do Espírito Santo), onde os alunos fazem o curso em quatro anos, já que a instituição forma os adolescentes na escola e em cursos técnicos.

Ela decidiu fazer o técnico em Edificações, pois não tinha certeza se prestaria medicina ou engenharia civil no vestibular.

A dúvida foi resolvida: "Eu não me identifiquei com o curso, então decidi ir para medicina." A menina não estava certa do que prestar, pois sua mãe é engenheira e seu pai, médico — duas pessoas muito importantes na formação dela.

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"Desde novinha, meus pais me incentivaram muito a estudar. Minha mãe sempre fazia exercício para desenvolver raciocínio lógico. Quando a gente [Clara e seus dois irmãos mais novos] ia jogar no computador, meu pai sempre colocava jogos educativos. Então acho que minha base foi muito boa." Conclui.

O colégio de Clara é um dos melhores do Espírito Santo, em 2016 estava na quarta posição no Estado. Segundo a menina, os estudos são fortes desde o primeiro ano. Mesmo assim, Clara fez um ano de cursinho particular, onde conseguiu bolsa, junto com o último ano do ensino médio.

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"O IFES é muito bom na área de exatas, mas na área de humanas não é tão forte. Eu tive só dois anos de história e de geografia. E redação, por exemplo, eu não tive nenhuma aula. Então como eu consegui bolsa no cursinho, fiz para ter uma base nessas matérias", explica.

Mesmo com o pai médico e a mãe engenheira, Clara decidiu estudar em escola pública: "Eu queria fazer técnico em edificações, ter um ensino de qualidade e gratuito. E tenho mais dois irmãos, então ir pra escola pública deu uma desafogada lá em casa."

Quanto às cotas, Clara acredita que são muito justas: "Todo ano sai avaliação de escola pública e o IFES sempre está nas primeiras colocações e mesmo assim eu fiquei 20 pontos a baixo da nota de corte da ampla concorrência. Então a melhor escola pública do país está 20 pontos atrás da ampla concorrência. Eu acho mais do que justo ter cota. Aí você pensa nos outros alunos, que as escolas não são tão boas, fica mais difícil ainda."

Os números provam que Clara está certa: das 25 vagas abertas pela USP, apenas oito foram preenchidas. Os outros alunos de escolas públicas não alcançaram os 700 pontos mínimos em cada uma das provas do Enem (redação, linguagens, matemática, ciências da natureza e ciências humanas).

Clara diz acreditar que o problema está nos alunos quererem estudar para o vestibular apenas no último ano e que o que a colocou em primeiro lugar foi a dedicação que teve com os estudos desde o início: "Acho que meu diferencial foi eu ir construindo esse conhecimento desde noivinha. Eu tive, no ensino fundamental, uma base muito boa e o ensino médio fortaleceu muito. Chegou no cursinho eu só tinha que dar uma revisada nas matérias", diz.

Como amigos de sala que também queriam medicina, Clara passou na Federal do Espírito Santo, mas, com o incentivo dos pais, buscou se mudar de cidade. Além de passar na USP por meio do Sisu, Clara prestou a segunda fase da Unicamp e ainda aguarda o resultado. Só depois vai decidir qual faculdade vai cursar.

* Estagiário do R7, com supervisão de Ingrid Alfaya

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