A Copa do Mundo acontece a partir desse domingo (20) pela primeira vez em território árabe. O Catar foi o lugar escolhido pela Fifa (Federação Internacional de Associações de Futebol). O país tem cultura, costumes, hábitos, economia, política, geografia e sociedade bastante diferentes do que estamos acostumados a ver em outros locais. "Estudar o Catar e os demais países do Oriente Médio é imergir em um universo rico em informações históricas e de relevância na geopolítica internacional", explica o professor de geografia Thiago Hernandes da Etec Pedro D’Arcádia Neto. O país é uma península do Golfo Pérsico e a capital é Doha. As cidades são marcadas por enormes construções e modernos arranha-céus. Porém, não são de grandes edifícios que o Catar é feito, tem as casas mais tradicionais, que devem ser pintadas de amarelo ou bege, conforme obriga a lei local. O Catar é uma monarquia absolutista, seu território é 21 vezes menor que o estado de São Paulo, também é considerado um dos países mais ricos do mundo. A população gosta de futebol, mas são outros esportes que fazem sucesso por lá, como a corrida de camelo e a falcoaria, que é a tradição de manter e treinar falcões para caça. Existem mais homens do que mulheres no país, cerca de 2 milhões de pessoas do sexo masculino e 700 mil do gênero feminino. O fim de semana no Catar é diferente. Em vez de sábado e domingo, o descanso acontece de sexta-feira e sábado, já que o nosso último dia últil é sagrado para os muçulmanos. Vale destacar que o islamismo é a religião predominante no Catar. Sendo assim, o primeiro dia útil da semana é o domingo. Muitos alimentos são importados, já que ao clima árido de deserto dificulta a produção agrícola. Lá, chove pouco e a única fonte de água é o mar, sendo que o consumo de água só é possível por meio de processos de dessalinização. Pela primeira vez, árbitras mulheres vão apitar as partidas do mundial masculino. Entre as seis selecionadas, está a brasileira Neuza Ines Back. O professor informa: "muitas são as razões que podem motivar as pessoas a buscar mais informações sobre o Catar. Desde a ampliação de conhecimentos a preparação para vestibulares e concursos, além, é lógico, daqueles que vão viajar para lá, saber mais e melhor o que pode e o que não pode ser feito, uma vez que há hábitos que temos aqui e que não são bem vistos por lá". Segundo a ANAB (Agência de Notícias Brasil-Árabe) e um levantamento realizado pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira, no Brasil existem cerca de 11,61 milhões de árabes e descendentes. "Meu interesse em estudar países árabes decorre da sinergia de vários fatores, tais como, identidade com a cultura árabe, já que sou neto de espanhóis. A proximidade entre as duas culturas também é grande na minha cidade. Assis (SP) conta com uma grande colônia árabe. Tenho grandes amigos de origem árabe e esta região do mundo me chama a atenção por toda a sua complexidade", completa o professor. "Além da gastronomia, a cultura árabe me atrai pela sua história, ritos religiosos e processos expansionistas. A superação do povo árabe a todas as adversidades que muitas vezes foram expostos e seu potencial sobre como recomeçar. Acima de tudo, conhecer a cultura árabe e a religião islâmica é importante para desmitificar informações e entendimentos prévios que muitas vezes são propagados em desacordo com a realidade", ressalta Thiago.*Estagiária do R7, sob supervisão de Carla Canteras.
