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Educação

Ensino a distância pode ser alternativa para repor aulas

MEC deve publicar portaria com a medida de emergência. Adesão de escolas será voluntária. Assunto é polêmico

Educação|Karla Dunder, do R7 com Agência Estado

Ensino online pode ser uma solução apontada pelo MEC para reposição de aulas
Ensino online pode ser uma solução apontada pelo MEC para reposição de aulas

Escolas de todo o país suspenderam as aulas como medida de combate a transmissão da doença Covid-19. A pandemia de coronavírus fez com que o MEC (Ministério da Educação) criasse o COE (Comitê Operativa de Emergência) e deve publicar nesta semana uma portaria liberando a substituição das aulas presenciais pela educação a distância por 30 dias. A medida é de caráter voluntário.

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Atualmente, a legislação não permite aulas a distância na educação infantil e no ensino fundamental (do 1º ao 9º ano). A modalidade é permitida para até 30% da carga horária do ensino médio em cursos noturnos e 20% nos diurnos. Também é liberada em 40% da carga horária de cursos presenciais de ensino superior.

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Segundo informações divulgadas pelo jornal O Estado de S. Paulo, a medida atende a uma demanda as insituições particulares de ensino que vinham cobrando o MEC por um dispositivo que as deixasse mais seguras de poder descontar os dias com atividade a distância dos 200 dias letivos exigidos por lei.

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"O ensino médio sempre teve um viés de educação a distância, basta ver os cursos apresentados em rede de televisão", observa Thiago Chaer, CEO da Future Education. "Os estudantes dessa faixa etária estão mais preparados para lidar com educação a distância, eles têm como foco o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), vestibulares e aula de reforço, estão mais acostumados com as plataformas."

Quando a atenção se volta para o ensino fundamental a situação muda de figura, na visão de Chaer, "a disciplina não é a mesma, professores e pais precisam acompanhar o processo."


Na visão de Chaer, a curto prazo, será difícil as escolas proporcionarem um ensino de qualidade. "Além da plataforma, é preciso que as escolas invistam na formação dos professores e adaptar as atividades, fora a dificuldade de acesso à internet e computadores em comunidades mais pobres". A infraestrura ainda é um desafio.

Escolas

Neste período de suspensão de aulas, escolas da rede privada apostam nas plataformas online para garantir que estudantes não percam o ritmo de aula, mas não apostam neste momento na substituição das aulas presenciais pelo ensino a distância.

"Por enquanto, a experiência ainda é bastante incipiente, mas a equipe pedagógica vislumbra possibilidades de utilização do Ensino a Distância, como recurso que não substitui, mas pode complementar o trabalho presencial, inclusive em atividades eletivas e complementares," destaca a diretora pedagógica do Colégio Albert Sabin, Giselle Magnossão.

O colégio tem apostado nas redes para manter o vínculo das crianças pequenas com a escola e oferece atividades para que os alunos do ensino fundamental fiquem em contato com o conteúdo. Para isso, conta com o apoio da família, que auxiliam e acompanham o processo. "Do fundamental 2 ao médio a rotina é semelhante ao ritmo do colégio, com lives, vídeo aula e atividades", explica. 

Giselle destaca que as plataformas não substituirão as aulas presenciais e o calendário deverá ser revisto para que se cumpram os 200 dias letivos exigidos por lei.

Essa é a mesma linha é adotada pelo Centro Educacional Pioneiro. Os alunos seguem um cronograma diário de atividades pelas plataformas. "As atividades são programadas para manter o ritmo de estudo dos alunos, mas não substituem o ensino presencial", destaca o coordenador pedagógico do ensino fundamental e médio da escola, Álvaro Vieira Neto. 

Sobre a reposição de aulas, Álvaro é cauteloso: "Não podemos falar sobre mudanças no calendário, mas existe a possibilidade de antecipar as férias, mas vamos aguardar as orientações do MEC."

Colégios de elite como o Bandeirantes e o Porto Seguro também investem na continuidade das atividades pedagógicas online, sem, no entanto, alterar, até o momento, o calendário de aulas.

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