Governo nomeia coronel da FAB para diretoria do Enem
Segundo fontes, a intenção seria a de ter uma forte vigilância na prova mais importante do país
Educação|Do R7
O ministro da Educação, Milton Ribeiro, nomeou nesta sexta-feira (5) o coronel da Força Aérea Alexandre Gomes da Silva para chefiar da diretoria responsável pelo Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). A indicação de um nome não técnico para o principal departamento do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) teria sido a causa da demissão do então presidente do órgão, Alexandre Lopes, na semana passada.
Segundo fontes, a intenção seria a de ter uma forte vigilância na prova mais importante do país. O responsável anterior da Diretoria de Avaliação da Educação Básica também era militar, o general da reserva Carlos Roberto Pinto de Souza, que morreu de covid-19 em janeiro.
Leia também
Funcionários do órgão temem que Silva queira rever processos e atrase a organização do Enem, que tem de estar pronto para ser entregue à gráfica até o meio do ano. A prova de 2020 foi realizada apenas em janeiro por causa da pandemia do novo coronavírus e teve a maior abstenção da história: mais de 50% dos inscritos faltaram.
O Inep tem um problema histórico de falta de ítens, que são as questões da prova, que precisam ser elaborados para serem testados em uma metodologia complexa, a Teoria de Resposta ao Ítem. Não há ainda também definição se haverá Enem digital este ano nem organização do pré-teste, a prova que precisa feita antes do exame oficial para identificar a qualidade dos itens. Muitos acabam sendo descartados depois dela porque percebe-se que não fazem uma boa seleção.
Silva, que trabalhou como piloto, investigador de acidentes aéreos e oficial de comunicação na Aeronáutica, estava até então no cargo de assessor do ministro para assuntos parlamentares na Câmara dos Deputados. Nunca trabalhou com educação ou avaliação.
Para o cargo de presidente do Inep, Ribeiro nomeou Danilo Dupas, que era secretário de Regulação do MEC (Ministério da Educação), e havia trabalhado com o ministro na Universidade Mackenzie. Ele é o terceiro presidente nomeado pelo governo Bolsonaro para o cargo em dois anos.