Ministro da Educação participa de audiência na Câmara
Milton Ribeiro foi chamado a prestar esclarecimentos sobre denúncia sobre favorecimento à Unifil no Enade
Educação|Karla Dunder, do R7
O ministro da Educação, Milton Ribeiro, participa na manhã desta quarta-feira (4) de uma audiência pública na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados para prestar esclarecimentos sobre a denúncia contra o Unifil (Centro Universitário Filadélfia), de Londrina (PR).
A audiência foi convocada pelo deputado Leo de Brito (PT-AC) após denúncia feita pelo jornal Folha de S. Paulo. Segundo a reportagem, o centro universitário é suspeito de fraudar o Enade (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes), sistema que avalia o ensino superior. Estudantes de Biomedicina teriam tirado nota superior porque a coordenadora do curso fazia parte da comissão que elaborou a avaliação para o MEC.
Ainda segundo a reportagem, após a denúncia houve interferência direta o ministro Milton Ribeiro, pastor presbiteriano, que teria agido nos bastidores para favorecer a Unifil, instituição ligada à igreja presbiteriana. Por meio de nota, na época, o MEC negou qualquer tipo de interferência e informou que enviou ofício à Polícia Federal após a conclusão das investigações internas e que as denúncias "foram apuradas adequadamente".
Na audiência, o ministro foi questionado sobre as visitas realizadas à Londrina no período após realização do Enade.
"Eu não fui para Londrina apenas para visitar a Unifil, visitei diferentes instituições como institutos federais, além disso, tenho família e fui visitar amigos", explicou Ribeiro. O ministro também criticou jornalistas e afirmou que houve uma "perseguição" por ser uma instituição religiosa da mesma denominação que frequenta.
Ribeiro destacou que foi montada uma comissão interna no MEC para apurar a situação da Unifil no Enade e que toda a documentação foi encaminhada à Polícia Federal.
Questionado sobre a redução do orçamento das universidades federais, Ribeiro rebateu argumentando que o orçamento é votado pelo Congresso. Sobre as tratativas com o ministério da Economia, o ministro afirmou que "o MEC foi o primeiro a desbloquear R$ 900 milhões do orçamento".
"Fui o primeiro ministro a pedir a vacinação de professores", respondeu. Segundo o ministro, 80% dos profissionais da área tomaram a primeira dose da vacina. "Defendo o retorno às aulas presenciais, mas essa decisão depende dos estados e municípios."
A audiência teve bate boca entre deputados. Já deputado Felício Laterça (PSL-RJ) criticou a imprensa. Se referiu ao jornal Folha de S. Paulo como 'foice' e afirmou que "jornalistas deturpam as informações".