Pesquisa: internet foi o maior problema das escolas em 2020
Dados do Unicef mostram que maioria das redes municipais optou por usar material impresso e Whatsapp durante a pandemia
Educação|Karla Dunder, do R7
A Undime (União dos Dirigentes Municipais de Educação), com o apoio do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e Itaú Social, apresenta o resultado de um estudo que analisou os desafios na Educação em 2020 e como está a volta às aulas neste 2021.
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De acordo com o levantamento, que ouviu as redes de 3.672 municípios do país, o maior desafio durante esse período de pandemia no ano de 2020 foi acesso à internet e a infraestrutura escolar. Neste início de 2021, a maioria das escolas municipais está discutindo protocolos sanitários e as aulas estão recomeçando, em grande parte, de forma não presencial.
"Nós, da Undime temos documentado o pedido de antecipação e aceleração do prorgrama escolas conectadas, mas não houve esse apoio e as escolas fizeram o que puderam com o que tinham", avaliou o presidente da Undime, Luiz Miguel Martins Garcia.
Ítalo Dutra, representante do Unicef, destaca a necessidade da busca ativa dos estudantes. "Precisamos ir atrás desses alunos que não tiveram acesso às atividades para não voltarmos 15 anos no tempo."
Educação em 2020
De acodo o levantamento, 70% das redes de ensino concluíram o ano letivo de 2020 até dezembro, índice maior nos municípios com população acima de 100 mil habitantes. Entre as redes que cumpriram o calendário 2020, maioria o fez apenas com atividades não presenciais e quase todas monitoraram as atividades pedagógicas.
78,6% dos entrevistados identificaram problemas sérios de falta de acesso de estudantes à internet. O que exige políticas públicas para ampliar a conectividade no país, principalmente nas escolas públicas. "Também vale destacar que em muitos casos os professores também não tiveram acesso à internet, o que nos leva a pensar que como manteremos o ensino híbrido se nem os educadores têm conectividade", destaca o presidente da Undime, Luiz Miguel Martins.
Além da dificuldade de acesso à internet, a falta de infraesturura das escolas públicas municipais foi outra barreira para o ensino no ano passado.
Dos municípios respondentes, 95,3% declararam que as atividades não presenciais de 2020 foram concentradas em materiais impressos e orientações por WhatsApp. Na pesquisa realizada em maio de 2020, com uma pergunta semelhante, foi apurado que 43% das redes municipais apontavam os materiais impressos como parte da estratégia.
Volta às aulas 2021
Para 2021, 63,3% das redes planejaram começar o ano letivo de forma remota; 26,3% pretendem iniciar de forma híbrida; 3,8% de forma presencial e 6,6% ainda não definiu. As aulas estão sendo retomadas na maioria das redes entre os meses de janeiro e março.
Com relação aos protocolos de segurança sanitária, 33,9% das redes já os concluíram, 59,6% estão em processo de discussão e 6,5% ainda não iniciaram esse processo. Já os protocolos pedagógicos para a volta às aulas presenciais estão sendo discutidos por 70,4% das redes, já foram concluídos em 22,7% delas e não foram iniciados em 6,9%.
Por fim, a formação dos profissionais em temas relacionados à covid-19 foi realidade em mais de metade das redes com foco em segurança sanitária e as tecnologias para ensino remoto e acolhimento e competências socioemocionais.