Pandemia atrapalha o desenvolvimento de pesquisas nas universidades
Steve Parsons/Pool via ReutersPesquisadores acadêmicos também sentiram o impacto da pandemia de coronavírus é o que aponta um estudo realizado pelo Centro de Pesquisa em Alimentos (Food Research Center - FoRC), em parceria com a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e a UECE (Universidade Estadual do Ceará).
A pesquisa realizada seis meses após o início da pandemia — em setembro e outubro de 2020 — cujos resultados mostram como pesquisadores e docentes do ensino superior, médio e técnico/profissionalizante, que atuam na área de alimentos, lidaram com suas atividades de trabalho no distanciamento social.
Segundo o estudo, para a maioria dos entrevistados, as atividades a distância resultaram em um aumento do volume e sobrecarga de trabalho (60,4%), e boa parte relatou falta de tempo para se dedicar ao aprendizado e aplicação de novos métodos de ensino e/ou pesquisa (41,0%), além de falta de estrutura adequada (31,9%).
"Grande parte dos entrevistados teve de paralisar a pesquisa e desenvolver projetos paralelos", avalia Emília Maria França Lima, doutoranda em Ciência dos Alimentos pela USP e uma das coordenadoras da pesquisa.
Outro aspecto apontado pelo esutdo é a sobrecarga. "Além das aulas remotas, da falta de infraestutura e problemas de conexão, houve um aumento da carga de trabalho com os cuidados da casa", explica Emília. "Houve um aumento no volume de atividades e falta tempo para dedicar à pesquisa, os professores não sabem até quando vão conseguir manter esse ritmo."
A ideia é repetir a pesquisa neste ano e avaliar como os pesquisadores se sentem e se houve mudanças na interação com os alunos e no andamento das pesquisas.