Professor da USP é convidado para dar aula na Universidade de Harvard
Seiji Isotani vai compartilhar sua pesquisa sobre inteligência artificial e gamificação no aprendizado com alunos de mestrado e doutorado
Educação|Karla Dunder, do R7
Seiji Isotani, professor de matemática da USP (Universidade de São Paulo) em São Carlos, foi convidado para dar aulas na Universidade Harvard, nos Estados Unidos.
Isotani é professor no ICMC (Instituto de Ciências Matemáticas e Computação) e passará três anos dando aulas a alunos de mestrado e doutorado na instituição americana. Um dos pesquisadores mais respeitados na área do uso de tecnologia para a educação, ele ministrará as disciplinas “Inteligência artificial aplicada à educação” e “Tecnologias educacionais e políticas públicas no Brasil e sul global” na escola de educação, mas aberta a todos os interessados.
"Estou envolvido em diversas atividades no desenho de implementação de políticas públicas visando ao uso de tecnologias na educação", explica. "O meu papel é mostrar os desafios que nós temos no sul global – em particular, no Brasil – e que muitas vezes são ignorados nos países desenvolvidos."
O professor conta que o convite para dar aula a estudantes da pós-graduação da escola de educação surgiu para mostrar as diferentes facetas e os problemas enfrentados no Brasil e em outros países latinos para que, com os alunos, se encontrem soluções.
"Vou apresentar os problemas da educação brasileira e tentar trabalhar com as mentes mais brilhantes de Harvard para encontrar respostas para os problemas do nosso país. Meu objetivo é conseguir agregar diferentes pessoas para encontrar as soluções mais adequadas de políticas públicas para problemas complexos", afirma.
Para isso, Isotani deve dar sequência à pesquisa que usa a inteligência artificial para entender a aprendizagem humana, além de criar softwares e ferramentas adequados para apoiar esse processo. "Seja para melhorar a performance do aluno ou a equidade, permitindo diferentes formas de inclusão, o objetivo é apoiar mais crianças e jovens no aprendizado."
O professor também usa a inteligência artificial para extrair evidências e dados que darão base para a criação de políticas públicas para a educação.
"Por meio da IA, um professor consegue entender se a sua prática está funcionando ou não, além de ajudar o gestor na tomada de uma decisão", explica. "Informações não só da sala de aula, mas do contexto escolar: onde a escola está, qual a sua situação, a capacitação dos professores, como é a infraestrutura etc. e, a partir desses dados coletados, o gestor pode, por exemplo, escolher se é melhor comprar merenda ou um ônibus para os alunos para melhorar o desempenho — dependendo do contexto, a resposta será diferente. Sem dados e interpretação adequada ninguém consegue fazer nada."
A gamificação entra como uma forma de motivar e fomentar o engajamento dos alunos nas escolas. "As atividades se tornam mais interessantes e divertidas, e os alunos participam voluntariamente das aulas."