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Educação

Quatro em cada 10 famílias retomam aulas presenciais

Estudo do Unicef e Ipec mostra que impacto econômico da pandemia atingiu principalmente os mais pobres

Educação|Do R7

Estudantes começam a retomar as atividades presenciais
Estudantes começam a retomar as atividades presenciais

Um estudo do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) realizado pelo Ipec mostra que em maio, 41% das pessoas que residem com crianças ou adolescentes disseram que as escolas voltaram a oferecer atividades presenciais. As informações da terceira rodada da pesquisa Impactos Primários e Secundários da Covid-19 em Crianças e Adolescentes foi apresentada nesta quarta-feira (30).

O estudo destacou o esforço que escolas e professores fizeram ao longo da pandemia para oferecer atividades remotas. "No entanto, preocupa o fato do Brasil ter sido o país que ficou maior período com escolas fechadas e isso tem impactos profundos no emocional e principalmente na segurança alimentar de crianças e jovens", Florence Bauer Unicef representante do Unicef no Brasil.

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A boa notícia apresentada pelo estudo é que 41% das famílias informou que as escolas estão oferecendo atividades presenciais e metade dessa população está frequentando essa atividades. 

Após mais de um ano de pandemia de covid-19, o estudo também mostra que praticamente metade das famílias enviaram seus filhos para as escolas, 48%. No entanto, ainda há um receio das famílias em mandar crianças e adolescentes para a escola.


No início da pandemia, em julho de 2020, 82% dos brasileiros afirmavam que era muito importante manter as escolas fechadas como forma de prevenir a Covid-19. Com o passar dos meses, essa percepção foi mudando. Em novembro, eram 71%. Agora, em maio de 2021, são 59%.

No entanto, as famílias que estão com filhos apenas em atividades remotas demonstram receio com o retorno. Segundo a pesquisa, 23% afirmam que a criança ou adolescente voltará quando a escola reabrir, e 74% dizem que o retorno só ocorrerá quando alguém da família considerar que não há risco de contaminação.


De acordo com o estudo, 93% das escolas mantiveram atividades remotas. O Whatsapp (71%) continua sendo um dos principais meio de acesso entre escola e estudantes seguido do material impresso (69%). A falta de acesso à internet ou de computadores continua sendo uma das principais dificuldades para o desenvolvimento das atividades escolares, impacto maior nas famílias mais pobres.

O celular tem sido o principal dispositivo utilizado, em especial entre as famílias mais pobres. Segundo a pesquisa, nas famílias com renda de até 1 salário mínimo, 65% dos estudantes usam apenas o celular para as atividades escolares. A pesquisa destaca que a falta de acesso à internet e a falta de equipamento adequado estão entre as principais dificuldades para realizar atividades escolares remotas, em especial nas famílias mais pobres.


Florence Bauer Unicef também destacou que a "pandemia tem um impacto profundo na renda das famílias, a situação se agravou principalmente entre a população mais pobre que viu a sua renda diminuir."

Ainda de acordo com o estudo, 17% dos entrevistados deixaram de comer neste período. Em novembro de 2020, eram 13% – o que é considerado estabilidade de acordo com as características da pesquisa. O impacto foi mais grave entre as famílias de classe DE, com 33%. "Sabemos o impacto que isso tem na vida da criança, além da qualidade dos alimentos tende a se deteriorar com maior consumo de produtos industrializados".

A representante do Unicef destacou a importância de políticas como o auxílio emergêncial que "foi fundamental, sem ele a situação de insegurança alimentar seria ainda pior, o desafio é que as populacões mais vulneráveis tenham acesso a esse tipo de política."

Entre os entrevistados, 56% disseram que algum adolescente da casa apresentou um ou mais sintomas relacionados à saúde mental. Entre os principais problemas destacados estão mudanças repentinas de humor e irritabilidade (29%); alteração no sono como insônia ou excesso de sono (28%), diminuição do interesse em atividades rotineiras (28%) e preocupações exageradas com o futuro (26%).

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