Criança também sofre de depressão. Irritabilidade, falta ou sono excessivo, isolamento, tristeza, desânimo, alterações de humor e desinteresse por atividades antes prazerosas são algumas características que acendem o sinal de alerta para pais e para a escola.
No Brasil não há estatísticas precisas, mas estima-se que de 2% a 3% das crianças até 12 anos sofrem com a depressão. “É importante entender que a depressão é uma doença e precisa ser acompanhada por médicos e especialistas”, diz a psicopedagoga Regina Lima. “O ponto chave para identificar é observar o comportamento da criança tanto em casa como na escola.”
A parceria entre escola e família é fundamental para identificar as mudanças de comportamento e ajudar a criança a lidar com a depressão. “A conversa é importante para entender a dimensão do problema, para não subestimar, nem valorizar demais.”
“Depressão e transtornos alimentares podem estar presentes em qualquer fase da vida e quanto mais cedo for identificado, melhor”, avalia Mariana Breim, diretora de desenvolvimento integral do Instituto Península. “Alguns comportamentos surgem na escola e outros em casa, portanto, o diálogo é fundamental.”
Fique atento se a criança apresentar mudanças de comportamento%2C alterar os hábitos do sono%2C perder o interesse nas brincadeiras ou se isolar. Pode ser um sinal de depressão
Mariana ressalta a importância de avaliar o comportamento. “Tristeza e frustração fazem parte do cotidiano, nem tudo é depressão e as crianças precisam aprender que a vida tem altos e baixos e saber lidar com isso”. Muitas vezes, terapia já resolve o problema.
As questões emocionais têm impacto direto na aprendizagem. É importante que além da parceria com a família, que os professores estejam próximos dos alunos, saibam ouvir e trabalhem a autoestima principalmente dos adolescentes. “Também é fundamental valorizar a diversidade e diminuir o sentimento de inadequação, que está na raiz de muitos transtornos.”